Do alto do morro do Jacarezinho

Do alto do morro do Jacarezinho vislumbro, no que me rodeia, a miséria, o desconorto social e econômico, a cultura da malandragem e do ócio sem dignidade, e concluo, olhando para baixo, vendo os bem-aventurados pela hipócrita sociedade de consumo, em restaurantes caros,  automóveis importados, sinto que asUPPs poderiam modificar tudo isso…

Mas…Sempre haverá um mas…Vejo perplexo a bandidagem florescer dentro da própria polícia…e os moradores em dúvidas cruéis se chamam os traficantes para protegê-los das milícias dentro das polícias. Tudo isso me inspirou a escrever o que lerão abaixo.

Comecemos escolhendo duas palavras altamente humanas e eternas: Direito e Necessidade. Construamos duas frases com elas: a necessidade do Direito e o direito da Necessidade.

Analisemos a primeira opção – a necessidade do Direito: ideal, porém, subjetiva, visto que a subjetividade do Direito, controverso por sua própria natureza dialética, sofre interferências de ordem cultural, moral, religiosa e política.

Raramente há isenção, tal o número daqueles que usufruem direitos além da maioria, motivo pelo qual se transformam em privilégios, ou, melhor dizendo, direitos além das necessidades… Em compensação, o número imenso dos afastados das mais comezinhas necessidades, humilhados pela pobreza, recebe as migalhas como um prêmio oferecido pelos privilegiados, ou se revoltam, tornando-se marginais e assassinos,  assumindo o legítimo direito da Necessidade.

Enquanto os mensaleiros, julgados e condenados, continuam soltos, milhares e milhares de miseráveis chafurdam nas superlotadas prisões verde-amarelas. Mostrem-me um membro das “zelites” atrás das grades que lhes darei um prêmio: um troféu de Rei da Ingenuidade!

Mas surgiu Sérgio Moro…e com ele a Lava-jato. Alguns já foram presos…Mas de verdade? Faltam muitos!!! Enquanto isso 100 policiais já foram mortos na ex-Cidade Maravilhosa. Hoje  maravilhosa para os bandidos…Chamem Elliot Ness!!!