Deus salve o Nordeste
Lamentável, mas é a verdade! Queiram ou não queiram os coronéis dos eternos cabras-da-peste, que fazem das tripas coração – mesmo fugindo do Nordeste – vagão da miséria – para a locomotiva paulistana – aí está Lula. Mas nunca para – jamais – esquecerem de sua terra amada- viu Lula? -, mas seca, agreste, calcinada pelo sol, e acima de tudo, preconceituada da Bahia para cima.
Mesmo que saibamos que não existe baiano burro – e aí está o grande Ruy Barbosa para provar -, nem pernambucano vendedor da pátria – e aí está a exceção patriótica de Gilberto Freyre -, continua o nordestino aperreado, casmurro, mas sempre provando que, antes de tudo, é um forte! Só de continuar subsistindo com tantos coronéis a escravizá-los, onde as “casas grandes”, de Gilberto Freyre, se modificaram em palacetes modernos, mas habitados por senhores muito mais perversos do que os do tradicional romance patriótico, e onde as senzalas agora são mais “democráticas”, pois estão lotadas de seres humanos sacrificados pela ambição dos eternos donos do “pudê”, sejam negros, índios, cafusos, mamelucos, mas todos se identificando pela ausência de educação para todos, assistência médica que previne – e não apenas “socorre”… na tragédia: vejam agora Alagoas – terra do Collor, amigo do Lula – e Pernambuco – terra do grande Jarbas Vasconcellos, grande patriota, mas cuja presença -como exceção -, apenas confirma a regra da prevalência dos coronéis, que, de tantos, me permito não nomear, para não contaminar o artigo…
E assim caminha a humanidade! Perdão, escrevi humanidade? De fato, assim caminha a desumanidade, numa terra brasileira tão rica de benesses da terra e do mar – olha o Pré-Sal, olha as hidroelétricas, olha as florestas, que os “homens” do “pudê” ainda não destruíram, mas, graças a Deus, sem tragédias da Natureza a agredirem – como essas atuais de Alagoas e Pernambuco, mas todas – sempre- a caírem sobre as senzalas desprotegidas, mocambos de casas, mulambos de gente sofrida, de tanto abandono, quase clamando para as hecatombes num “vem quente que tô fervendo!”, mas fervendo de coragem, de amor à terra, de grandeza moral, mas com os senhores de sempre, jamais permitindo que vingasse um novo Antônio Conselheiro, vestido de político patriótico e libertário, capaz de por a correr toda a coronelada, lá de cima para baixo, pois aqui, da Bahia para baixo, sem nenhum preconceito, pelos privilégios de melhor educação e assistência médica e social, portanto, melhor padrão econômico, jamais vingariam.
Apesar de Brasília – perdoe-me JK – recebê-los sempre, de braços abertos, mesmo que coronéis, mas fantasiados de “políticos”… O que fazer? Consultar Sarney? Consultar Collor? Consultar Lula? Mas quem faria essas consultas? Por favor, não perguntem a Lula, que ele, confuso – no mínimo – dirá, como sempre: “Eu não sabia…não sei… e jamais saberei”, como competente Sócrates – o filósofo, não aquele que frequentava Brasília. Que Deus salve o Nordeste – não pelos coronéis, mas pelos cabras-da-peste.