Concurso Nacional Unificado abre 6.640 vagas e cria expectativa
Concurseiros ouvidos pela Tribuna destacam maior acesso a oportunidades; provas serão realizadas em 5 de maio
Por Bernardo Marchiori – Tribuna de Minas
12/01/2024 às 07h20- Atualizada 12/01/2024 às 08h23
Foram divulgados, na quarta-feira (10), os editais do Concurso Público Nacional Unificado (CNPU), que tem sido chamado de “Enem dos concursos”. Ao todo, serão abertas 6.640 vagas, divididas em oito blocos temáticos (áreas), a serem distribuídas em 21 diferentes órgãos do Governo Federal. As provas serão aplicadas em 220 cidades com mais de 100 mil habitantes, no dia 5 de maio de 2024. As inscrições serão realizadas virtualmente pelo site, a partir do próximo dia 19. O prazo segue aberto até 9 de fevereiro. As taxas são de R$ 90 para cargos de nível superior e R$ 60, para o médio. Os salários variam de R$ 4.008,24 a R$ 22.921,71.
Criado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, do Governo Federal, o certame prevê a realização conjunta de concursos públicos para o provimento de cargos efetivos em órgãos e entidades da Administração pública federal. O modelo consiste na aplicação simultânea de provas em todos os estados e no Distrito Federal. Além da ampla concorrência, são reservadas vagas às pessoas com deficiência, negras e indígenas. Cada edital tem suas especificações. Os documentos estão publicados no site do Governo.
Mais acesso a oportunidades
Para auxiliar os candidatos, os cursos preparatórios entram em ação. Em Juiz de Fora, os Cursos Populares para Concursos (CPC), da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), são uma oportunidade de preparação gratuita. A supervisora da iniciativa, Flávia Beghini, destaca o fato de o “Enem dos Concursos” possibilitar a todos os candidatos do Brasil o acesso às vagas de diversos órgãos. “Desta forma, as pessoas com menor rendimento financeiro também poderão realizar o concurso, sem ter que pagar por uma viagem até o local das provas, o que sempre foi um empecilho para muitos. Nesse sentido, vem para democratizar o acesso de todos aos concursos públicos”, afirma.
Também na visão do professor de redação Raphael Reis, o concurso gera muita expectativa e democratiza o acesso e as vagas. Apesar disso, aponta questões que demandam atenção. “Vejo que pode diminuir a possibilidade de escolha, já que cada concurseiro pode se inscrever em apenas um bloco. Também considero problemática a ausência da disciplina de Língua Portuguesa nas provas de nível superior. No Brasil, temos deficiência histórica de leitura, fora o uso da norma culta. Então seria importante. Também recebi queixas de alunos pela falta de clareza nos editais, que não ficaram tão especificados como necessário”, pontua.
Boa perspectiva
A novidade foi bem recebida por parte dos concurseiros. A engenheira mecatrônica Jéssica Lopes afirma que achou um edital diferente, novo no mundo dos concursos. “Confesso que me pegou de surpresa o meu bloco não cobrar português, que é uma matéria comum a todos as provas, e um conteúdo que gastei muito tempo (estudando) para fortalecer minha base. Mas gostei (da proposta) de trazer um maior enfoque para a redação e conhecimentos específicos, que são temas relativos à rotina do trabalho em si. A oportunidade de fazer uma prova na minha cidade, competindo por mais de um cargo ao mesmo tempo, ajuda bastante a quem tem esse sonho de ser servidor público”, destaca a concurseira que vai tentar vaga na área de Gestão Governamental e Administração Pública.