Ciência e religião
Os mistérios da vida em duas direções
O ser humano sempre busca um meio para justificar suas crendices. Nesse processo, idealiza alegorias como o paraíso bíblico ou a explosão de partículas cósmicas da ciência a fim de apoiar sua base de pensamento em determinados argumentos, sejam eles quais forem. A verdade é que desde criança, todos nós nos vimos encurralados entre o que aprendemos em casa e o que a escola nos ensinou sobre a formação do universo e o nosso próprio corpo.
Deus criou o mundo em 6 dias e descansou no sétimo ou tudo se originou a partir de uma explosão e um desenvolvimento ao longo de anos e anos de transformação planetária? A primeira hipótese, juntamente com a criação de Adão e Eva, se torna inviável ao ponto em que o aparecimento de evidências, como fósseis de dinossauros, corroboram para enfatizar exatamente o contrário. Por outro lado, acreditar que toda uma complexa gama de sistemas de vida se desenvolveu a partir de elementos químicos sem qualquer estímulo externo, é no mínimo ingenuidade.
Enquanto cientistas enfatizam que nossos genes são os responsáveis por toda nossa inteligência e capacidade laboral, não conseguem explicar como corpos usufruindo de todas as suas funções vitais não conseguem voltar de determinados casos de coma. Simplesmente por ignorarem que o que dá estímulo ao corpo é justamente o espírito. Se não há espírito, pode até existir função vital; no entanto, não há vida.
Certos religiosos, por sua vez, pensam que a existência se resume a uma única passagem pela Terra, e que tudo depois da morte do corpo se transforma num estado de descanso eterno. Vendo a vida por este lado, nossa ingenuidade se aflora exponencialmente a ponto de beirar a bestialidade e ser uma afronta à inteligência Divina; pois deste modo, sua criação se tornaria sem utilidade alguma.
Os mistérios da existência são vários e não se resumem às palavras de um único livro. As igrejas ditam costumes e influenciam milhões de pessoas nas mais diversas religiões diferentes. Como saber qual a crença verdadeira quando percebemos que todos os fiéis têm total convicção de que a sua é a única salvadora? Como ser totalmente cético, como um ateu estudioso de elementos e aspectos físico-quânticos, quando fatos extraordinários e sem explicação surgem e instalam pulgas atrás das orelhas dos mais convictos incrédulos, e a partir de então, duvidosos enrustidos.
Há muitas coisas para serem vistas. Coisas essas que não se resumem à bíblia, ao alcorão, ou a uma enciclopédia científica. Há conhecimentos de forma abundante contidos em livros espirituais, cabalísticos e budistas. Pensadores, como Osho, demonstram uma visão de mundo e consciência existencial muito mais aguçada que boa parte dos acumuladores de ovelhas do Senhor e dos observadores de laboratório.
Ciência e religião se completam em suas incompletudes e se anulam em suas divergências. São perfeitas se analisadas conjuntamente sem exageros extremados, e defeituosas quando abandonadas de seu contraponto. O mundo é dual, e assim como tal, sempre haverá uma força contrária para cada uma de forma que ambas sejam determinantes para o equilíbrio do universo. Ignorar isso é abandonar uma parte dos caminhos da existência e escolher uma vida alheia a tudo o que pode nos traduzir o enigmático.