Cidadão genérico

Deve ser chato morar num país onde a grande maioria do povo sabe ler, escrever e entender o que está escrito, né não?

Deve ser muito ruim viver num lugar em que o transporte público é igual ou melhor do que ter seu próprio veículo…

Deve ser horrível ter segurança de ir e vir, devolver o troco a maior, respeitar a cidade, as ruas, os alinhamentos, afastamentos construtivos, os cursos d’água, a disposição dos esgotos e lixos, etc.

Como deve ser frustrante poder usufruir de um sistema de saúde público de ótima qualidade sem precisar ser assaltado por planos de saúde privado!

O pior ainda deve ser saber que os impostos que você paga são convertidos em serviços de excelente qualidade em educação, com professores remunerados adequadamente e sem paralisações semestrais por atraso de salários e/ou corte de repasses para as escolas e universidades.

Boquiabertos assistimos o esforço sobre humano despendido pelo nosso vaidoso e denunciado Presidente da Republiqueta Brasileira por conduta inadequada, quando saiu comprando deputados e partidos, pra fingirem que não ouviram o diálogo travado nos porões do Jaburu.

Enquanto isso uma das universidades mais tradicionais do país, a UERJ, fechando as portas, por falta de repasses de recursos bem inferiores aos que foram gastos na fatídica maracutaia do dia 02/08/2017…

Como diria o Arnaldo Jabor, sobre os pronunciamentos da presidenta do PT ou a Bárbie da esquerda absurda, inconsequente, elogiando, enaltecendo, vibrando com o desgoverno do imenso tirano do terceiro mundo Nicolás Maduro: “Só pode ser insanidade alguém pensar dessa forma!” 

Onde eu fui nascer, meu Senhor? Será aqui um dos anéis descritos por Dante na Divina Comédia Humana?

Nessas horas, você que se acha um cidadão, com o seu trabalho, sua família e seus amigos e que no meio do campeonato as regras são quebradas, onde tudo o que você vem pagando uma vida inteira nunca é suficiente pra manter uma cambada de facínoras e delinquentes, irresponsáveis pela guarda do tesouro nacional, o que fazer?

Te digo com sinceridade: –E você vem perguntar isso logo pra mim? Tem culpa eu? Acho melhor pedir ajuda pro’s universitários (paralisados)!!!

Sou um cidadão pleno ou apenas um cidadão?  Aquele que prega a cidadania, aquele que é do bem, é família, é cumpridor de seus deveres e que também tem seus direitos?

Isso nós brasileiros ou tupiniquins não somos!

Na verdade somos cidadãos genéricos! Assim como os remédios genéricos!

Não vais achando que és uma Aspirina da Bayer ou um Rivotril da Roche ou o Dorflex da Sanofi-Aventis.

Você pode até ter as mesmas concentrações dos princípios ativos desses medicamentos, porém terás de se contentar em ser chamado de “ácido acetilsalicílico”.

Aqui você não passa de fluoxetina…

Sai pra lá seu Sildenafil… 

No primeiro mundo você pode até ter disfunção erétil e tomar Viagra da Pfizer. Aqui, como cidadão genérico do hemisfério sul, você brochou cumpadi…

O problema maior é que somos meros macacos de imitação dos povos civilizados. Até hoje você pede Gillete (lâmina de barbear), você compra Claybon (margarina), você só usa Leite Moça (leite condensado), Cotonete (haste flexível), Chicletes (goma de mascar), Havaianas (chinelo de dedo), etc.

Portanto meu caro, pessoa bacana que és tu, não fique irritado com a política brasileira, com esses energúmenos que dominam os destinos sem noção da nação, com esses elementos produzidos pela nossa sociedade genericamente modificada. Uma sociedade, que dizem, que somos cidadãos…

Somos sim, só que:  Cidadãos Genéricos!!!

Moral da história: Genérico Tarja Preta, só com receita…e tome royalties!