Uma noite de carnaval
Eu adorava o carnaval biquense… Às vezes desaparecia pelas quebradas da soleira carnavalesca. Um dia minha irmã caprichou no meu visual, meu pai emprestou um pijama de flanela, Ana fez um gorro com pompom na ponta, mandou uma maquiagem arretada na minha cara e fui pra folia…
Quando cheguei no Brazinha e vi meus amigos mais emperiquitados que eu… Pensei: hoje a noite vai ser uma criança.
Tomamos aquela batida de “pesco”, que era exclusiva da casa, e depois que o trem subiu, saímos em direção à Sede do Sport, pois lá é que a coisa fervia…
Quando estávamos para entrar, teve uma revoada de confetes e serpentinas caindo lá daquela sacada onde o diabo tomava conta. Não sei como cabia tanta gente lá dentro.
As famílias tradicionais se ajeitavam pelas mesas, e o povão explodia no salão. A banda era de carne e osso, o repertório era selecionado com esmero, lança-perfume quase escancarada e muita paquera.
Era comum se colocar a mão no ombro de alguma foliã e ser descartado imediatamente só com o olhar, mas costumava colar também… Aí era a hora de tomar um arzinho lá na sacada…Bicas até quarta-feira!