A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Dos “lares” para as ruas. A violência contra a mulher começa dentro de seus próprios “refúgios”. Tratar o mal que insiste em existir talvez não seja a medida mais eficaz, pois tudo começa numa determinada fonte, e essa fonte se chama educação infantil.

É difícil imaginar como homens tratados com tanto carinho por suas mães podem se voltar contra elas ou suas esposas, filhas ou mesmo desconhecidas, com brutalidade descabida. Difícil, mas é a realidade. A violência contra a mulher vai muito além de agressões físicas ou morais. Ultrapassa barreiras de costumes antigos e chega até mesmo nas letras musicais que comumente se referem a elas como objetos.

O que está errado na sociedade se este problema não é fato recente? O erro está nos desvios de valores que se repassam às crianças nas mais diversas casas do país, nas formas de entretenimento equivocadas, nos meios de vida machistas que vigoram até hoje, na forma errônea de encarar o outro como um reflexo distorcido de si.

Os números alarmantes de agressões, estupros, coações e todas as formas de repressão sofridas pelo público feminino, só demonstram o quanto estamos atrasados no que diz respeito ao conceito de sociedade. A forma de vida arraigada em costumes antigos não é mais parâmetro nos dias atuais. Devemos entender que apenas formando bons filhos hoje, teremos um futuro admirável amanhã.

Então a culpa de tudo pertence às gerações anteriores? Encontrar culpados não resolverá o problema. Temos todos que encarar a situação com a devida importância que ela tem e cuidar para que este mal não se alastre e venha a se acabar em breve. Um povo que cultiva educação e virtudes não tem do que se envergonhar no futuro.

O que é cultura e como ela pode modificar a sociedade

Para uns ela é primordial. Para outros, uma verdadeira incógnita. A cultura deixou de ser um acúmulo de costumes e rótulos e ganhou um papel muito mais incisivo na sociedade atual. Mas qual é este papel?

A cultura de um povo sempre foi vista como a sua memória, seus costumes, crenças, técnicas e celebrações. Com o passar do tempo, o ar tradicionalista que sempre acompanhou o termo em questão passou a dividir espaço com um toque de vaidade e status social. Fazer parte da cultura geral já não era mais suficiente para se ter alguma cultura; era preciso ser cult.

Este é um termo refinado destinado àquelas pessoas que leem de tudo, sabem de tudo, conhecem todos os pintores, mas, no fundo são carentes da cultura viva que brota das mais improváveis fontes de cada cidade ou vilarejo. Cultura, na verdade, é a nossa essência. É o nosso modo de agir e de interpretar o mundo. Além dessa fronteira, damos o nome de conhecimento.

Mas como tal elemento tão particular e ao mesmo tempo tão generalizado pode modificar o meio em que vivemos? Existem duas formas de mudar o mundo: mudando a forma com que o vemos ou mudando o modo com que ele se apresenta para nós. Somos constantemente influenciados e influenciadores. O que transmitimos através de nossas ações diárias diz muito mais sobre nós do que qualquer discurso autobiográfico.

Os elementos compõem o meio e o meio é um retrato de cada elemento. Saber como algo pode modificar um todo, é como imaginar uma comida sem sal. Nós não o vemos ao saborearmos o mais lindo prato, mas sabemos se ele foi utilizado e em quais proporções pelo sabor que produz.

Benefícios e malefícios trazidos pela inovação tecnológica

Para onde voltemos nossos olhos nos deparamos com novidades no mundo da tecnologia. Muitas dessas de grande utilidade para todos nós, enquanto outras nem tanto. Saber o limite da fronteira do bom com o prejudicial é importantíssimo para não cairmos nas jogadas de marketing do mundo moderno, em que analfabetos tecnológicos e zumbis virtuais travam um intenso confronto sobre a verdadeira relevância de tais mecanismos cada vez mais sofisticados. Difícil é não se encaixar dentro de nenhum desses dois grupos.

É notório que os avanços eletrônicos estão contribuindo muito para a vida coletiva na sociedade moderna. Porém, é sabido de todos também que tais avanços têm dificultado muito diversos momentos do nosso dia a dia. Dizer um oi para um amigo do outro lado do planeta se tornou mais simples do que ir até a padaria da esquina e comprar um pão francês. Mais simples até do que dizer um oi para alguém que more em sua própria casa, pois, em meio à correria de um dia “curtíssimo” de 24 horas, muitas pessoas se perdem entre curtidas, mensagens e bips constantes de um celular, que podem acabar tropeçando umas nas outras e se esquecerem de que fazem parte inclusive da mesma família.

Tá bom, radical demais, né? E o que dizer de pessoas que se sentam para comer e não largam os aparelhos sequer para levar os alimentos até a boca? Pior do que trocar um smartphone por um garfo e quebrar um dente, é imaginar como a vida pessoal e coletiva está sendo afetada por tantas novidades surgindo em ritmo super acelerado.

Até pouco tempo atrás era constantemente recomendado o uso moderado de aparelhos celulares em decorrência das ondas eletromagnéticas que transmitem. Quais os novos resultados de pesquisas sobre o tema? Existe realmente algum risco para a saúde ao passarmos longas horas do dia com o aparelho nas mãos, no bolso, no rosto? Infelizmente não temos qualquer novidade a respeito. As pessoas também não querem saber disso. É muito mais legal ficar por dentro do novo processador de um iphone com uma configuração estranha à 99,9% da população e que alavanca e muito, vendas e ego social. E se tais novidades veem acompanhadas de termos em inglês então, aí sim ganham credibilidade redobrada.

O que dizer então da febre das tv’s? Há poucos anos o mundo se revelava através de um tubo, até que surgiram as primeiras televisões de plasma com suas telas planas. Depois, foi a vez dos aparelhos de lcd, até que finalmente chegamos à era do led. Inventaram a resolução HD. Não satisfeitos, criaram a Full HD e mais recentemente a 4K. Ao vermos um aparelho ao lado do outro na loja de eletroeletrônicos, dificilmente conseguiremos identificar qual é qual sem que tenhamos a ajuda de um vendedor, tendo em vista a enorme semelhança de imagem entre ambos. Mas porquê as pessoas estão sempre mudando de aparelhos, então? Existem vários motivos. Entre eles: o fato de um ter milhões de pixels a mais – e muita gente nem sabe o que isso significa -, o fato de ser da moda ou simplesmente por ser mais moderno do que o do vizinho.

Ironias à parte, não podemos fechar os olhos para todos os benefícios que a efervescente transformação tecnológica está promovendo mundialmente. E isso não se refere apenas aos meios de comunicação e interações em redes sociais. Com mecanismos cada vez mais sofisticados, diversos sistemas estão se aprimorando a fim de oferecerem maior eficiência por um custo menos elevado. O setor aéreo é um belo exemplo deste cenário. Satélites de localização e pesquisa, exames cada vez mais sofisticados que auxiliam na descoberta e tratamento de diversas doenças, dispositivos que modificam a vida de pessoas deficientes e literalmente as devolvem para o efetivo convívio participativo, são alguns dos exemplos benéficos de tudo o que estamos presenciando.

Como tudo na vida tem o seu lado bom e ruim, com o tema em questão não poderia ser diferente. Além de tudo o que já foi citado acima, temos as mentes super inteligentes que utilizam seus talentos para fins escusos. Num momento em que o mundo se despede do papel e adota cada vez mais o HD, ficar à mercê de hackers que podem conhecer toda a sua vida num único click, com certeza é muito perigoso e assustador.

Independente de qual seja a opinião sobre o tema, o importante é a consciência sobre a devida utilização dos recursos ofertados pelo mercado. O ditado pode ser antigo, mas devido à sua incrível verdade, se tornou insubstituível: “a diferença do remédio para o veneno é a dose”. Todo bem usado de forma consciente é benéfico. Vícios, consumismo exagerado ou qualquer outra forma de suprir carências internas por meio da eletrônica, é como em outros meios degradantes – álcool e drogas -, um terrível recurso em busca de um bem, o qual esconde um labirinto escuro de se ver e difícil demais de se encontrar e conseguir a liberdade, mesmo que ela já pareça conquistada.

Inversão de valores: uma sociedade em ruínas

Guerras, tráfico, ofensas. Agressões, roubo, morte. Alcoolismo, sexo livre, drogas. Raiva, vingança, ódio. A lista pode se estender por muitas outras frases e parágrafos, mas citar o que já é sabido de todos é como chover no molhado. Estamos presos a um mundo incrivelmente competente em nos fazer chorar. Todos os dias temos motivos suficientes para pensar em desistir. No entanto, o significado de tudo o que está a nossa volta está justamente na persistência, no que fazemos com as sombras que encontramos pelo caminho. O que você faz com suas sombras?

Todos nós passamos por momentos de escuridão, porém, ao parar para refletir sobre o mundo percebo que seus momentos sombrios são densos e constantes. Intercalados em ciclos mais ou menos simétricos, nos dão a impressão de que ainda há muito o que aprendermos. Vivemos a cultura do agora. Muitas são as pessoas que agem por impulso e não se preocupam com o amanhã. Muitas são as que só se preocupam com o amanhã e esquecem de viver o agora.

Se alimentam de uma música poluída que a mídia insiste em jogar para dentro de nossos ouvidos. Repetem suas pseudo letras sem se importarem com a mensagem transmitida. Bebem “socialmente” para se encaixarem numa sociedade insociável. Estimulam a violência e veem no acerto de contas a melhor maneira de estarem quites consigo mesmas. Se encorajam atrás de perfis virtuais e se transformam em criaturas indefesas ao verem a máscara cair no mundo real.

Atribuem qualidades negativas aos outros a fim de uma ilusória projeção comparativa. São astros no teatro de suas próprias mentes e verdadeiros espectadores na real arte de viver. Necessitam de um líder para tudo o que fazem, e mesmo assim insistem em dizer que são donos de suas próprias vidas e fazem o que bem entendem. Altamente influenciáveis, se nutrem do que não lhes faz falta e deixam o essencial escapar pelos seus dedos em cada nova manobra de marketing do mundo dos negócios. Compram o que não precisam, gastam o que não têm, são o que não são e pensam o que lhes induzem a pensar.

Sempre ouvimos que a única certeza de que temos na vida é a morte. Então, poderíamos dizer que a vida é uma estrada com destino à certeza e repleta de incertezas pelo caminho. Difícil entender? Pode ter certeza de que é mais difícil do que parece.

O que é ser humano? Cheguei a escrever uma definição após tal pergunta, mas optei por deixar que cada um pense a respeito e atribua o que melhor convir à tal questão. Quais valores você mais preza? Qual a sua missão? O que conquistou além de sua carreira de sucesso ou seu fracasso pessoal? Onde encontra forças para acordar todos os dias e buscar se superar sempre? Onde deseja ancorar suas incertezas até que a popular “única certeza” lhe encontre?

Que catem os cacos do que restar, mas que não deixem de se reerguerem após as sucessivas quedas. Que chorem após se lamentar, mas que sequem todas as gotas de suas lágrimas. E acima de tudo, que aprendam com seus erros e façam deles verdadeiros exemplos.

O mundo não está errado. As pessoas estão. O mundo não é perigoso. As pessoas o fazem assim. Que não apenas fiquemos esperando os valores se reorganizarem em seus devidos lugares, mas que possamos dar a nossa contribuição para uma verdadeira mudança de comportamentos e virtudes em nossos semelhantes, como também em nós mesmos. O mundo precisa de bons exemplos. O mundo precisa de você! O que tem a oferecer para o mundo que você viver? Pense, repense e aja. Somos todos tripulantes do mesmo barco lutando para que ele não afunde.

Pelo amor de Deus

Não é de hoje que o homem encontra em Deus uma justificativa nada plausível para os seus desvios de conduta. Seja através de fanatismos religiosos aliados a atos terroristas extremos, à cobranças astronômicas de dízimos e comercialização da boa-fé alheia. Por que alimentar nas pessoas um sentimento diverso daquele que emitem de suas bocas? O mundo está cheio de profetas, porém, precisamos de menos estrelas milagrosas e de mais atores coadjuvantes que façam o seu devido papel social para a humanidade

Vivemos numa sociedade inflada de egos que se digladiam a todo instante. Ninguém quer ser considerado ingênuo ou o errado num debate de ideias. Quando este debate tem cunho religioso então, as coisas tomam proporções ainda maiores. Prova disso é o que vemos em países do oriente médio, onde grupos separatistas alimentam um ódio advindo de uma divergência de ideologias nada saudável.

Coisa semelhante também pode ser observada em nosso Brasil. Por mais que tentemos fechar os olhos para a realidade, basta ligarmos a TV para vermos uma verdadeira comercialização da palavra de Deus e da publicidade de milagres mediante ofertas vultuosas que seduzem em cheio justamente as classes que menos têm condições, e veem em tais instituições um refúgio para as suas angústias e o fim de suas mazelas.

Movimentos armados estão se espalhando pelos cantos, buscando dizimar quem não pensa como eles em busca de uma ilusória purificação mundial à base de sangue. Os frequentes atentados terroristas por diversas regiões da Europa são uma prova disso. O que será que passa pela mente de alguém ao achar que matando um irmão, o Pai ficará contente?

Certa vez ousei discordar de uma palestrante ao ver que a mesma fazia distinção entre segmentos religiosos, dizendo não ser para qualquer um pertencer a tal movimento. Disse que o mundo está do jeito que está justamente pela manutenção de rótulos que em nada nos acrescentam, e que devemos ser mais espiritualizados e termos como nossa principal religião, o amor.

Independentemente do que você acredita, respeite quem pensa diferente de ti. Porém, não faça de seu silêncio um ato conivente aos disparates que encontramos. Deus, Alá, Maomé, Buda… todos significam representações distintas de forças sábias e bondosas. Um dia os mistérios nos serão revelados e finalmente saberemos quem estava com a razão. Mas até lá, vivamos respeitando as diferenças de ideias e nos concentrando em nossa própria evolução. Pois séculos se passaram e salvo progressos tecnológicos e industriais, em nada evoluímos como seres humanos.

Que a semente do amor possa inundar todos os corações e promover uma verdadeira revolução interior em cada um de nós. Para não sofrermos golpes em períodos de fraqueza, para tolerarmos em momentos de tensão, mas principalmente para cultivarmos a paz e o respeito em todos os momentos de nossa vida.

Existe luz no fim do túnel?

O ser humano vive de esperança. Nos dias atuais ela está mais em evidência do que nunca. Pedir para que ela seja a última a morrer não basta. É preciso cultivá-la dentro de cada um para que sua semente possa estar sempre germinando nos mais diversos corações. Procuramos uma luz no fim do túnel, mas esquecemos de iluminar este mesmo túnel escuro pelo qual passamos. Na busca de um ideal, esquecemos do trivial. Preocupados com o destino, esquecemos de desfrutar o caminho e fazemos de grande parte de nossa vida uma escada que nos leva a algo, sem notar que essa própria escada já é parte desse algo que desvalorizamos inconscientemente.

Ligamos a TV e vemos inúmeras notícias ruins. Porém, quando saímos às ruas para uma simples ida ao supermercado, na maioria das vezes não colocamos em prática o que tanto admiramos em pessoas abundantes de generosidade.

Reclamamos de políticos corruptos e contamos os dias para mudar tudo em mais uma nova eleição, e acabamos dando a chance para as mesmas figurinhas repetidas do álbum negro de nosso executivo e legislativo. Acreditamos na mentira e duvidamos da verdade. O bom sempre parece bom demais aos nossos olhos. Pensamos serem eles lobos em pele de cordeiros e acabamos sendo devorados pela vovozinha aparentemente indefesa que em nada nos alertava desconfiança.

Supervalorizamos egos e endeusamos artistas de grande mídia. Esquecemo-nos, no entanto, dos milhões de artistas diários que em suas mais diversas profissões fazem esse mundo funcionar dia após dia. Cultivamos o luxo e vemos a carência com pena e aparentemente um problema do governo. Porém, não temos coragem de dividir um pouco do que não nos faz falta com alguém, e quando o fazemos, perguntamos a nós mesmos se fizemos a coisa certa.

O túnel que percorremos está mal iluminado por nossas próprias escolhas. Não basta atravessarmos os anos tentando encontrar uma luz que depende unicamente de nossas decisões diárias. A luz não precisa ser alcançada no fim de uma jornada. Ela pode nos acompanhar em cada passo que dermos. Seja em momentos bons ou ruins, a esperança sempre existe para quem ao invés de esperar que ela viva eternamente, a renova a cada dia com o melhor de si para o mundo.