A cachaça

Desculpa de cachaceiro é sempre igual ou parecida: o limão estava passado ou colocaram uma mandinga no meu copo e eu fiquei assim meio estragado …

Até pouco tempo a cachaça era considerada uma bebida de mau gosto, de escravos, bebida de pobre ou bebida de alcoólatras.

Pois bem, essas considerações continuam atuais só que com um pouco mais de sofisticação, um pouco mais de glamour.

Cachaceiro já não é sinônimo de gente bêbada, espaçosa e inconveniente. Cachaceiro é aquele cidadão que bebe socialmente várias pingas e consegue se controlar, porque bebe as boas, as melhores, as produzidas artesanalmente. Não entorna as cabeças ou os rabos, não se embebeda com as químicas, nem com as industrializadas, as de grande produção.

– Por falar nisso, sabe que esse papo me deu uma boa ideia?

O publicitário que teve essa brilhante ideia sacou que às vezes o sujeito que aprecia uma bebida destilada, fermentada ou encorpada, precisa de um motivo pra tomar um trago, precisa de uma desculpa pra jogar uma no pé, precisa de um argumento pra sorver o remédio…

Cachaças produzidas em Minas Gerais sempre foram famosas, pois aqui, no nosso estado, os engenhos de cana são mais que tradicionais, vêm lá do ciclo da cana de açúcar e por isso mesmo são mais apuradas, recebem tratamentos e processos que passam de pai pra filho. Várias gerações.

Sempre escutei falar de cachaça, pinga, da boa, aguardente, caninha, goró, da roça, mé, água que passarim num bebe, alpiste, cajibrina, marvada, remédio, levanta defunto, aperitivo, gólo, etc, porém, depois de muitos anos de estrada é que fui conhecer de perto essa bebida que hoje é sinônimo de bom gosto, de degustação.

Procê ter uma ideia, restaurantes cultuados pela gastronomia nacional, indicação da Quatro Rodas, Circuito do Charme, como o Gosto com Gosto, de Visconde de Mauá (RJ), promovem verdadeiros festivais de cachaça em que comparecem grandes apreciadores e degustadores da tão falada pinga.

Em Belo Horizonte um dos point’s prediletos dos nativos do Curral Del’ Rey é o Mercado Municipal ou Principal, como dizem os mais chegados. E é lá que começou essa febre pelas cachaças de Salinas, do norte de Minas, cachaças produzidas de modo artesanal, envelhecidas em tonéis de umburana ou bálsamo, concebidas a partir de canas colhidas em terrenos áridos, terrenos do Polígono das Secas. Talvez aí esteja o grande segredo pra que todas as pingas daquela região sejam tão famosas e realmente tão saborosas como a Anísio Santiago (antiga Havana), a Lua Cheia, a Salinas, a Boazinha, a Seleta, que ganhou o último festival em Mauá, a Beija Flor, a Meia Lua, etc.

Aqui na Zona da Mata também existem pingas de boa leva e as melhores que já provei são as de Itamarati de Minas. Lá as fazendas são centenárias, terra de engenhos de cana e fabricação de açúcar mascavo, melado e rapadura, sendo portanto, lugar de cachaças de primeira qualidade.

Um scoth também pega muito bem pra quem gosta, tipo cowboy ou com gelo, com água mineral ou amarula, porém vejo que a cachaça vem ganhado espaço tanto pelo preço quanto pela qualidade, e qualidade se mede pela falta de ressaca, né não?

Portanto, meu amigo, você que gosta de tomar seus drinquezinhos, aprecia um teor alcoólico ou simplesmente bebe, aproveite até o último gole, mas não precisa exterminar com o estoque existente.

Beba moderadamente…

Praga

Viajar acredito ser o sonho de consumo de grande parte da população. Até daqueles que ainda acreditam nos partidos de esquerda do Brasil.

Eu faço parte da grande parte da população e nunca acreditei na esquerda muito festiva desse país.

Nasci com esse sonho de consumo, ou melhor: sonhar é de esquerda e consumir é da direita, é capitalismo puro. Quer dizer: sou um sonhador capitalista com dinheiro contado!

Praga é a capital da República Tcheca, ex-Tchecoslováquia (antigo império Austro-Húngaro), que foi subdividida em 2 países: República Tcheca e Eslováquia.

Sem querer entrar no mérito do regime político, a motivação dessa divisão foi justamente pelo fato de a atual República Tcheca, em revolução pacifica liderada por Václav Havel, preferir um mundo mais real, capitalista…

Bela escolha de uma cidade que, apesar de estar no fogo cruzado da 2ª Grande Guerra, passou ilesa não sofrendo destruição de sua magnifica e maravilhosa arquitetura.

Existem pacotes prontos de viagens para a Europa Oriental do tipo Praga, Viena e Budapeste que devem ser ótimos, já que essas 3 belíssimas e civilizadas cidades são milenares, super conservadas,  além de europeias.

Grande problema pra quem tá no Brasil querendo dar uns bordejos naquelas bandas é que não há voos diretos do Rio ou São Paulo para lá. Tem a cansativa e demorada escala. São de 10h a 12h até Paris, Amsterdam ou Berlim e troca de aviões até o destino final.

Recentemente,  resolvemos, Vitória, Mariana (filha e intérprete) e eu, encarar até Praga via Amsterdam. Depois de mais ou menos um ano de preparação (juntar euros, definir datas, passagens aéreas, hotéis e nos inteirar bastante sobre o local), partimos pra uma nova e sensacional aventura turística.

Vida de turista é boa, porém não tem moleza não. Primeiro chegar no Tom Jobim, despachar a bagagem, passar pelos procedimentos de segurança e aguardar a hora do embarque.

A KLM, empresa holandesa é de bom padrão e pontual. Depois de acomodado só resta uma saída: relaxe…

O bom da viagem é quando, finalmente, depois de passar outra vez pelos procedimentos de imigração e conseguir pegar as malas chegar no hotel. Principalmente, se o hotel atender as expectativas: camas confortáveis, banheiro decente, localização, etc.

Sair caminhando sem rumo com um mapa na mão em direção as atrações principais das cidades já é uma experiência única pois essas cidades medievais e ao mesmo tempo modernas e seguras são fantásticas em cada rua, beco, praças, arquitetura de ficar de boca aberta, lojas, bares, cafés, pessoas de todo lugar do planeta, bondes elétricos sobre trilhos silenciosos e coloridos…

De repente a Ponte Carlos IV, em arcos de pedra, sobre o Rio Moldava, abarrotada de pessoas, músicos, ambulantes, performáticos, japas, asiáticos e africanos. Alemães, holandeses, belgas, ingleses e italianos…

Não tem errada, tire fotos, ande sem parar, olhe tudo: igrejas imensas surgem nas ruelas mais improváveis, o calçamento de pedras perfeito e desenhado, fachadas lindas medievais, góticas, clássicas. Chocolates e tortas, cervejas e drinks, tudo ali na sua frente.

Não faça conversão de euro pra real, o nível é outro e não é nada barato em real. É melhor dividir bem a grana por dia e aproveitar.

Foram 5 noites pra ficarem gravadas na memória pelo resto de nossas vidas. Não tem preço almoçar em um restaurante italiano, situado no meio dessa arquitetura maravilhosa, comer uma massa com azeite não filtrado e um vinho tinto, vendo o tempo passar…

Além da belíssima cidade, o que me impressionou muito foi uma super escultura metálica giratória e subdividida, da cabeça de Franz Kafka (escritor de Metamorfose, O Processo e outros livros considerados obras primas da literatura mundial), erguida em uma praça em meio a construções modernas rodeadas pelas construções medievais.

Leves sobre trilhos multicoloridos, passeios de barco, funicular, Cadillac vermelho, estilo Rolls Royce, sem  capota, com direito a chuva improvável sem mais nem menos, feiras e comes (goulash) e bebes (lager)… concertos clássicos nas igrejas, o relógio astronômico de 1410 (estava em reforma durante a nossa visita) e lá vamos nós pra Alemanha… de trem, de média velocidade, Rail Europe… confortável, silencioso e macio, poltronas frontais e mesa central, janelão panorâmico, ar-condicionado, vagão restaurante…seguindo o despoluído e navegável Rio Elba… Cartão postal!!!

Então, Berlin, plana, rica, poderosa, Rio Spree, Portão de Brandemburgo, Esfera.

Só que isso é outra história…

O Grande Pum

“Deve ser extremamente desagradável viver, trabalhar, enfim morar num país onde a imprensa trata como normal um preso condenado ditar as regras políticas e eleitorais enquanto que um ex-militar, ficha limpa, que sofreu um atentado terrorista, hospitalizado, ser tratado como reacionário, extremista e um perigo pra nação…” Bário Mor.

Quem conhece o Diogo Mainardi, cronista e escritor, sabe que ele vem batendo na mesma tecla, há vários anos.

Ele vem alertando o Brasil dos perigos ocultos nos partidos, sindicatos e ONG’S ligados aos movimentos ditos de esquerda.

Eu nunca votei no Lulla! E nem no Collor!

Lembro de muita gente boa que votou e achou que estava fazendo uma boa ação… ledo engano…

Assim que terminou os anos FHC, que, ou bem ou mal colocou ordem no caos financeiro em que o Brasil vivia, mesmo aprovando as medidas monetárias e vivendo numa época de 1,00 U$ = R$1,00, resolveu votar no Grande Pum, resolveu arriscar tudo de novo em nome de “avanços sociais” (MST, bolsas e corrupção). Deu no que deu.

Até hoje, uns e outros querendo justificar aquela falha, aquele voto de mudança de rota, dizem que o primeiro ano do Grande Pum foi bom, foi de crescimento, etc.

Foi uma ova!

Na verdade, foram anos jogados no lixo! Foram anos de gastação desenfreada, de aparelhamento da combalida maquina burocrática federal.

De lá pra cá só houve queima de reservas, do tesouro acumulado, só houve roubalheira e deterioração do que estava pronto.

Invasão de propriedade, liberação de recursos do BNDES para os piores escroques do planeta.

Olhem o estado da Venezuela!

Abram os olhos… Artistas globais cantando Lula lá…. Que porra é essa?

Quem trabalha tem que ficar pagando essa conta interminável desses intelectuais de botequim.

Vejam o que fizeram com as estatais que não puderam ser privatizadas. Só bandidagem!

Agora nova eleição. A imprensa endeusando o Grande Pum. Da cadeia ele manda e desmanda. Sua cela é um entra e sai de pessoas comprometidas com os avanços sociais. A Polícia Federal virou chacota internacional. Como pode um preso condenado por imensuráveis falcatruas ser tratado dessa forma?

E o Supremo? Puta que pariu, como diria Chico Anísio.

O Facchin justificou seu voto que foi o 1 do 6 a 1, concedendo ao Grande Pum o indulto para ser o candidato do PT. Disse na ocasião que a ONU tinha razão de interferir, visto que a opinião internacional sobre mais essa verdade comunista, de que o país estava sendo olhado de soslaio…

Vai tomar no oriti seus felas!

Depois o atentado ao Bolsonaro, líder das pesquisas, apoiado pelas famílias de bem, apoiado pelas pessoas comuns que trabalham dia a dia, cristão, pessoas que clamam por segurança, pessoas que não aguentam mais a bandidagem dos políticos tradicionais…

Afinal quem ganha mais: o homem ou a mulher?

O Brasil se estrepando e os jornalistas preocupadíssimos com o salário das pessoas?

Voltando ao Mainardi, que criou a expressão o GRANDE PUM, creio que em alusão ao Grande Timoneiro, Mao Tsé Tung, que conduziu a China ao que ela é hoje. Aliás lá corrupto pego é morto com tiro na nuca e a família ainda paga a bala gasta!

Aqui, como num final de filme catástrofe, quando a névoa começa a se dissipar, temos essa esperança: o grande pum já não fede nem cheira…

Ficção científica – parte um

Um filme de ficção científica tem o seu lugar, principalmente, quando a trama envolve um certo suspense e o desfecho é imprevisível.

Lembro de um professor de biologia do CAVE, cursinho top de linha dos anos 70/80, que ao comentar as teorias de origem da vida, do universo, etc, sempre mencionava os filmes Planeta dos Macacos, com Charleston Heston, e 2001 Uma Odisseia no Espaço, do mago Stanley Kubrick, baseado no livro de Arthur C. Clarck.

Filmes da década de 70, com pouquíssimos recursos tecnológicos, porém elaborados de maneira brilhante, fundamentalmente o 2001, quando entra em sua fase da estação espacial, com as músicas magnificas de Strauss (Danúbio Azul e Assim Falava Zarathrusta), a segunda com um arranjo jazzístico de Eumir Deodato, de arrepiar.

Por volta de 1982, surgiu o sensacional “cult movie” Blade Runner, com músicas do Vangelis (Evángelos Odysséas Papathanassíu) + o Jon Anderson, do Yes. Uma mistura de progressivo com new age.

Bem, esse papinho todo foi só pra “intirtir” o cidadão e poder falar que ficção científica mesmo é o que se passa no Brasil!

Já dizia o Professor Abramo, que não foi meu professor na escola de engenharia, mas que tive a felicidade de ser seu aluno já na vida profissional, nas perícias judiciais, em que trabalhamos juntos, por diversas vezes. Algumas ele como o perito do juízo e eu como assistente de uma das partes da ação e vice-versa.

Numa dessas, lembro-me  muito bem, ele me dizendo: “Rebouças, advogados as vezes criam situações de demanda que são verdadeiras obras de ficção cientifica! ”

Na verdade, ele queria dizer que uma boa conversa entre as partes, orientados por engenheiros do bem, tudo poderia ser resolvido com pouca despesa…

Bem, nosso país é mais ou menos por aí: muita polêmica, excesso de leis, palavrórios jurisdiquês rebuscados e acrescente nisso um pouco de latim mais lobby político de terceiro mundo e tá pronta a mais fantástica obra de ficção científica nunca antes desenvolvida nesse país!!!

Até pouco tempo atrás os índices educacionais eram baixos, mas com viés de melhoras. Os índices de mortandade infantil eram altos, porém em queda considerável. Índices de vacinação eram modelo para o mundo. O desemprego estava em patamares aceitáveis, a segurança não era um tema preocupante e havia investimento, pequeno, mas havia, em infraestrutura…

Pois eis que surge um partido forjado na ficção científica, um partido com ideias de igualdade do tipo: nós somos mais iguais do que os demais, um partido que tinha como principal meta a ÉTICA!

Pura ficção e muita gente boa embarcou nessa balela populista e anárquica, nessa aventura semi analfabética e retrógrada, nessa lenga lenga de “as elite”, que mais parece um filme sem pé e sem cabeça. Como diria um amigo de longa data: Isso sim é um golpe do João sem braço sem as duas pernas!!!

Olhem a bagunça que está o nosso país, gente! E o que mais me entristece é ver um caboclo como o Chico Buarque, que produziu “Construção” apoiar de peito aberto uma ficção científica do tipo MST, apoiar um Stédile, um Zé Dirceu e outros semi-letrados com sonhos utópicos e totalitários de modelo de governo.

Olhem a Venezuada que se tornou uma zona em pleno Caribe, grande produtora de petróleo ser dizimada por uns elementos de ficção, onde pra comprar um rolo de papel higiênico o cidadão precisa desembolsar cinco quilos de bolívares. Muito mais fácil limpar a bunda com papel moeda, de baixo valor aquisitivo, mas papel!

Olhem o nosso poder judiciário, por que o executivo e o legislativo são puros celuloídes corroídos ou filmes B, que possuem 4 instâncias. Isso sim é a mais completa obra de ficção existente no sistema solar, quiçá no seu buraco negro, como diria Albert Einstein.

Vejam vocês como um sujeito de baixíssimo nível cultural, não afeito ao trabalho, com linguajar chulo e vulgar, mal-intencionado com a coisa pública, por fim julgado e condenado em segunda instância, com mais uma centena de processos escabrosos nas costas, por conduta altamente irregular, querer burlar todas as regras, inclusive um ou dois dos Dez Mandamentos, preso, querer ser novamente o presidente do Brasil!!!???

Gente estou dentro de um filme de ficção científica do tipo Allien ou Prometheus, onde seres extraterrestres, gosmentos e destrutivos querem te comer vivo e em pé!!!

Não é possível que isso que eu ando vendo, lendo e sentido esteja realmente acontecendo. O cara quebrou o país! Viramos chacota! Financiamos bandidos africanos sanguinários!

Estamos trabalhando meio ano pra sustentar uma cambada de pessoas que querem o fim da propriedade, que querem limitar as liberdades, que querem a censura dos meios de comunicação, dizem nas entrelinhas que vão botar fogo nos livros!!!

Só falta o Gilmar soltar o Bum Bum?!?!?!?

Assim como todo filme de ficção no fim sobram apenas o caos… a Terra arrasada… e os que conseguiram se safar foram morar em outro planeta… dizem os futurólogos: sem o Supremo!

O fator paulistano

Uma das coisas boas da vida é viajar. Poder viajar, conhecer outros lugares, sair do cotidiano e sentir saudade de casa.

Alguns lugares são realmente muito bons e vou citar alguns: Campos do Jordão, Monte Verde, Visconde de Mauá, Tiradentes, Petrópolis (e região), Ibitipoca…

Por incrível que pareça, a grande maioria desses lugares está na Serra da Mantiqueira, em áreas protegidas com muito verde, como diria o Hermeto Pascoal. Altitudes acima dos 1000 metros, como é o caso da maioria delas, apenas Petrópolis, com 838m e Tiradentes com 927m, apesar de alguns pontos da Serra do Mar e da Serra de São José apresentarem altitudes de mais de 1.300 metros. Nesse caso basta fazer umas trilhas como é o caso da trilha do carteiro, na Serra de São José.

Em Campos do Jordão, a trilha que te leva a Pedra do Baú passa dentro do Horto Florestal e é simplesmente ótima de caminhar, bem sinalizada com visuais incríveis.

Todas essas quebradas são fantásticas, mas com um grave problema: os preços nas alturas!

Nem sempre foi assim. Até pouco tempo atrás dava para ir nesses locais na alta temporada, conseguir boas pousadas e gastar o justo; porém, hoje em dia, isso mudou. Mudou pra pior. Nessas épocas, tudo fica lotado de gente, muita gente, gente de todo tipo e gente mal-educada.

Monte Verde, que é um distrito de Sapucaia, fica exatamente no “queixo do mapa de Minas”, que tem o formato de uma cara. É uma vila fundada por famílias alemãs, que vieram para o Brasil e iniciaram no local o conceito de chalés, fondues, chocolates, trutas, trilhas, cachoeiras, matas de araucárias…

Por ser próxima de Campos do Jordão, refúgio da classe média e alta de São Paulo, aos poucos foi sendo invadida por paulistanos endinheirados e nem sempre silenciosos ou discretos. Tem se transformado de bucólica e prazerosa em desfile de ricos e novos ricos, nem sempre dispostos a dividir o espaço com outros povos…

Daí em diante, passei a observar que verdadeiros oásis de tranquilidade e descanso passaram a sofrer da competição entre as diversas tribos de paulistanos. Cada um mostrando seu último automóvel de alto padrão, pagando cada vez mais caro pelos artesanatos (Tiradentes que tem móveis de demolição e vários artesanatos de boa qualidade está impraticável pro´s mineiros). Pousadas de categoria simples, com café da manhã sofrível, cobrando diárias de hotéis 5 estrelas. Restaurantes, antes frequentáveis por nós pobres moradores da Zona da Mata, tipo o Atrás da Matriz, Pau de Angu ou o ótimo Tragaluz em Tiradentes, atualmente, só com reserva e o vinho mais barato na casa dos R$100,00…

Visconde de Mauá, ou melhor, nas duas Maringás, a de Minas e a do Rio, cortadas pelo translúcido e pedregoso Rio Preto, onde se concentram as lojinhas, bares e restaurantes, atualmente, vivem inflacionadas de paulistanos e assim os preços sobem em padrões proibitivos, além do barulho proporcionado pela disputa de quem tem mais pra mostrar!

Em Conceição do Ibitipoca aconteceu o mesmo fenômeno: antes aquela vila pacata e de preços razoáveis, passou a ficar intransitável e dolarizada, principalmente, depois que o Samuel, do Skank, mencionou que adorava descansar no vilarejo. Pelo menos o Parque Estadual de Ibitipoca foi contemplado com melhorias e limitação de visitas. Esses Paulistanos não são fáceis…

Petrópolis e região, principalmente Itaipava, muito frequentada por cariocas, não sucumbiu aos paulistanos, ainda. Mesmo por que existe um bairrismo de que Campos do Jordão é melhor ou vice-versa. Balela: cada uma tem seu charme.

Quem não quer fazer nada no Capivari, degustando uma Baden Baden, que fiquei sabendo, já pertence à Ambev?

Quem não quer fazer o mesmo no lounge da Bohemia, que também é da mesma tchurma?

Agora, dar umas voltas na pista de caminhada do Parque de Exposições de Petrópolis, em Itaipava, descer a pé até o Bordeaux, passando pela Empório Maria Maria, escolher um vinho deitado (pode ser um Brunello de Montalcino), fazer sua própria porção de petiscos com granas padanos, patés, jamons e pães fabricação própria, vendo o transitar das figuras… isso não tem preço!!!

Depois disso, só mesmo concluindo com um belo almoço no Farfarelo ou no Clube do Filet!!!

A vaidade

Nunca se pensou tanto no visual, na forma física, nos cabelos, dentes, unhas, bochechas, lábios, seios, celulites e nádegas como agora.

Todo mundo quer ficar cheiroso, quer ter hálito de hortelã, mãos macias e pele sem manchas.

Nessas alturas, vão surgindo todo tipo de cosméticos, plásticas, tinturas, perucas e até xaropes milagrosos, que prometem desde aumento de estatura, passando por recomposição do lacre, a aumento de partes da anatomia, geralmente, utilizadas para a prática da evolução da espécie, ou da pornografia, por exemplo.

Hoje o caboclo com um pouco de dinheiro americano ou europeu pode se internar em algum SPA (Seca Peso Acelerado) e pagar pra passar fome ao lado de outras pessoas famintas e insones com polpudas contas bancárias.

Dentro desses oásis de falta de comida existem os contrabandistas de carboidratos que, por pequenas quantias de dinheiro, conseguem furar o bloqueio imposto pela administração do local e fornecem chocolates, biscoitos e outras guloseimas proibidas.

Na verdade você poderia fazer isso tudo em casa sem gastar tanto, porém você não vai poder falar pros amigos que nunca foi num SPA…

A vaidade, às vezes, pode deixar o sujeito com um jeitinho diferente, um jeitinho moderninho, meio metrossexual. Não por que você faz sexo a metro, nem por que o faz só depois de andar no metrô. Porém, esse seu novo jeitinho pode te levar a ser “cantado” por pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto, que tem preferências opostas.

As mulheres sempre foram mais vaidosas e são as principais consumidoras dos produtos estéticos, desde a época das cavernas, com roupas de couro e osso no cabelo.

Eu ainda me lembro, que até lá pela metade do século 20, elas usavam anágua, combinação, pó de arroz, laquê, ruge e espartilho. Hoje, continuam a usar várias coisas chamadas acessórios, procurando sempre valorizar o visual, nem que seja deixando a mostra partes do corpo, outrora desconhecidas dos homens e outros predadores.

Ser vaidoso em alguns casos tornou-se obrigação, em outros, casos médicos e psiquiátricos, casos de polícia ou casos descabidos. A pessoa vai indo e quando se dá conta passa mais tempo em salões de beleza, SPA’s, clínicas rejuvenescedoras e retiros afins, do que no trabalho ou em casa, por exemplo.

Pela manhã, em jejum, malham até molhar a camisa, depois de um bom e relaxante banho de hidro ou ducha, partem pra massagem oriental, ao som de mantras do Homem de Bem, dali direto pro cabeleireiro, manicura, pedicuro, sobrancelha, axilas e virilha; almoço rápido e frugal, etc.

Somente uma limpeza de pele poderá fazer você desmarcar aquele compromisso inadiável ou aquela viagem…

O problema da vaidade é o que acontece geralmente com os políticos, desde vereadores de cidades mínimas até deputados federais, senadores e presidentes.

Como são vaidosos, se comportam como se estivessem numa vitrine. Fazem poses, fazem promessas, fazem de tudo pra ficar com quase tudo e o povo envaidecido acaba esquecido até a próxima aparição.

Vaidade é bom ter, porém demais pode deixar o cidadão neurótico, pode deixar o sujeito cego, pode fazer com que o caboclo vire escravo do seu próprio personagem.

Já pensaram ficar muito vaidoso e ao deitar sentir que além de você tem um vaidosão no mesmo corpo?

E se a cama for estreita?

E se seu pijama for apertadinho?

Portanto, não seja tão vaidoso ao ponto de ficar conversando consigo mesmo, nem se olhando no espelho sem parar, pois se isso estiver acontecendo, das duas uma: ou você incorporou o Narciso e não quer assumir ou então seu jeitão já não é mais o mesmo!

Amilcar prefere as pousadas!

O Parque Florestal

Muita gente boa que gosta de uma caminhada ou precisa dela pra segurar a pressão prefere o trajeto Bicas Guarará. Entre a Praça São José e a Praça Afonso Leite (a primeira praça de Guarará) são 2,7Km, ou seja: 5,4Km ida e volta. Uma bela caminhada.

O problema, na minha concepção, está nos vários obstáculos e o tráfego de carros neste trajeto. Calçadas despadronizadas em todo o circuito, a falta de calçadas em boa parte da rota, principalmente na região do bairro São Paulo e do Mundo Novo, a travessia perigosíssima da BR-267 com a Rua Nossa Senhora Aparecida/Avenida Arthur Bernardes e os automóveis. Na volta é uma bela subida…

Pra quem não sabe, a maior parte dessa caminhada, praticamente 4 Km, é feita no município de Guarará, pois a divisa dos municípios é na altura do Bar do Saturnino.

Tudo bem que Bicas já pertenceu a Guarará e daqui pra lá tinha bonde puxado a cavalo e justamente nesse mesmo trajeto que chamam de “Ponte Seca”, só que os tempos mudaram.

Eu pessoalmente prefiro a estrada da Cutieira (pena que é de chão batido e o poeirão deixa o caboclo amarelado e cuspindo tijolo), mais o sobe e desce. Nesse caso, quem tá mais bem condicionado vai e volta, no mole… e com alguma sorte pode ir e voltar com oxigênio puro.

Tempos atrás sugeri que as prefeituras dessas duas cidades, num esforço conjunto, pavimentassem essa estrada, além de arborizar todo o trajeto. Pode parecer loucura ou bobagem, mas nesses tempos bicudos, de pouca grana, com esse governador absurdo que aí está e “otras cositas más”, porque não? Ainda digo mais, com pavimentação em blocos de concreto, fabricados aqui na região, quer dizer: material e mão de obra locais!

Te garanto que num instante essa área quase que esquecida pode virar um bairro em duas cidades. Ou duas cidades com um belo bairro em comum.

Bem, e se fôssemos caminhar lá pro’s lados da Reta?

Da Praça São José até a entrada do Parque de Exposições Francisco Retto Filho são 700 metros e uma volta dentro do Parque é de 400 metros. Isso quer dizer o seguinte: se você der 10 voltas dentro do Parque vai completar 4 km, mais 700 metros de ida e 700 metros de volta, são 5,4 km. Praticamente a mesma extensão do trajeto BIGUÁ! Com muita segurança.

Ainda tem mais.

Anexo ao Parque de Exposições tem o Parque Florestal, onde muita gente teima em dizer Horto. Sua trilha principal, até ao topo, mede 1.300 metros ou 1,3Km, parte de em subida puxada e parte em subida média, dá 2,6 km ida e volta. Como diria o Cesar Prata: só o visual vale mais de 5 mil, filim!!!

Some-se a isso tudo o oxigênio puro, muitas árvores, o silêncio e muitos pássaros!

Claro que muita gente tem mais segurança em caminhar em ruas e logradouros, porém o Parque Florestal é seguro e cada vez mais andarilhos e outras pessoas tem procurado a tranquilidade daquele local.

Eu sou um frequentador assíduo e pelo menos três vezes por semana dou um esticada por lá, sendo que, às vezes, fico no primeiro platô, onde a Prefeitura de Bicas vem tentando (a passos lentos) implementar uma infraestrutura melhor para os usuários do nosso belo parque.

Atualmente a trilha principal está toda “patrolada” e alargada (com pelo menos 8 metros de largura), um galpão está sendo construído para abrigar banheiros e mesas ao lado de uma quadra de peteca.

Vai um pedido aos responsáveis pelo Parque: vamos cobrir esse galpão e outros que virão com telha cerâmica, nada de amianto!!! Vamos fazer um colchão de areia para a quadra… Coisas simples a custo baixíssimo!

Durante minhas caminhadas pelo Parque percebo que a turma do “mountain bike”, capitaneados pelo boa praça “Boanerges”, fazem suas trilhas e aproveitam para plantar novas árvores no pedaço. Bela iniciativa! Não parem! Vamos recuperar o lago também!!!

Outras trilhas podem e devem ser abertas, principalmente contornando o perímetro do Parque, além servirem de aceiro entre pastos confrontantes (proteção contra incêndios). Por dentro do Horto, onde existe um bosque adulto e lindo, confrontando com casas da Reta, também poderia ser aberta uma nova trilha. E por aí vai…

Eventos ecológicos também devem ser estimulados, inclusive acionando contribuintes com dívida ativa na Prefeitura a resolver suas pendengas fiscais com município, caso invistam no Parque.

Alô vereadores, não fiquem somente no troca troca de favores com seus eleitores ou procurando sarna pra coçar, eliminem 2 coelhos, digo pendengas, com uma só pedrada, aliás, tacada: criem formas de zerar a dívida ativa de seus eleitores incentivando-os a investir no Parque Florestal. Criem ferramentas para melhorar a qualidade de vida dos contribuintes!!!

A grande maioria das pessoas que procuram os postos de saúde ou a farmácia popular são de hipertensos e diabéticos. Parem de consumir remédios e venham caminhar!!!

Você, caminhante, viciado na rota Bicas-Guarará, faça pelo menos uma caminhada semanal no Parque Florestal!

Intervenção militar

O assunto do momento é a greve dos caminhoneiros e suas consequências!

Foram dias de incerteza, de falta de comando, de desabastecimento de combustível e consequentemente de gêneros alimentícios, remédios mais o colapso do transporte público, principalmente nas maiores cidades. O princípio do caos!

Imediatamente, as emissoras de TV e os sites de notícias passaram a especular sobre todo tipo de situação, inclusive uma intervenção militar, que passou a ser cogitada nas redes sociais (whatsapp, facebook, twitter e outras), de forma contundente, com generais dando declarações e muita gente elucubrando formas mirabolantes de sistemas governamentais.

Comentaristas de plantão da Globonews, Bandnews e outras mil e uma News que surgiram com as tv’s por assinatura, passaram a elucubrar (masturbar o cerebelo) conspirações e teorias do fim do mundo o dia todo.

Como num déjà vu apareceram figuras que foram presas durante a ditadura militar, artistas falando da censura, do AI-5, das torturas, exilados, Lamarca, sequestro de embaixadores e bomba no Rio Centro.

Outros comentaristas e articulistas alarmistas, tentaram minimizar dizendo que nessas alturas do campeonato (parafraseando o Gerson Camarote), não havia espaço para nenhum golpe militar ou coisa que o valha.

Pois bem, a greve serviu pra dar uma sacudida no povo e na classe mais avacalhada do planeta,  que é a classe política, só que ninguém entendeu o que a grande maioria queria ou continua querendo. Não é uma volta a ditadura militar e o fim da democracia. O que o povo queria e continua querendo e muito comentarista não entendeu é uma intervenção militar na avacalhação, na desmoralização promovida pelos partidos políticos, dentre eles o PT, MDB e o PSDB, pra citar os maiores. Uma intervenção militar no poder executivo, onde não se passa um dia sequer em que alguém é pego roubando alguma coisa pública, leiloando cargos e salários ou torrando bilhares de reais de forma canalha e cruel!

Intervenção militar no poder judiciário, onde ministros nomeados por políticos cagam regras constitucionais aos montes sobre as nossas cabeças. Que além de todas as merdas jurisprudenciais que elaboram, sob a escuridão das togas, ainda querem alugar uma sala vip no aeroporto de Brasília para não se misturarem com os pobres mortais durante o check-in e a espera de algum voo, diga-se de passagem, internacional, em primeira classe!!!

Essa é a intervenção militar que estão pedindo, inclusive eu, que não sou de direita, nem esquerda e nem de centro: EU SOU BRASILEIRO!

Eu trabalho todo santo dia! Trabalho 5 meses no ano pra pagar tributo, que só é revertido em propina e corrupção. Chega, porra!

Essa é a intervenção militar que queremos: A MORALIZAÇÃO da COISA PÚBLICA!

Não existe mais investimentos, nem geração de empregos, só existe roubalheira e geração de aparelhamento da máquina grimpada e suja!

A próxima eleição presidencial e legislativa vem chegando e com ela os mesmos querem continuar pra manter essa podridão, protegidos pelo foro privilegiado…

Dá vontade de sumir desse país, abandonar essa nação, que só não é a melhor do mundo por causa das classes chamadas democráticas.

Não queremos o fim da democracia… Queremos o fim do banditismo nos 3 poderes!

Nessa eleição tá surgindo um nome diferente, um nome que ainda não sujou e que pode ser o início da nossa transformação: é o Partido Novo!

Pessoas que ainda não tiveram mandatos e, portanto, com chances de renovar essa cambada que aí está estagnada, parasitada!

Estou com Joao Dionísio Filgueira Barreto Amoêdo, para os íntimos João Amoêdo! Uma das propostas é não aceitar o financiamento público (e vergonhoso) de campanhas. A outra é de não abrigar nenhum político de carreira (e roubalheira).

Só por essas duas propostas, além de incentivar o empreendedorismo, ao invés de dar dinheiro pra vagabundo (bolsas e sindicatos), sinto que ainda temos uma luz no fundo do poço, digo: no fim do túnel!

Estripulias

O ser humano geralmente passa por várias fases, isso prova que a Teoria do Darwin, descrita em “A Evolução das Espécies”, é verdadeira!

Repare na sua própria trajetória e perceba que até pouco tempo você foi adolescente, você foi capaz de cometer diversas travessuras e nem sabia o por quê.

Charles Bário, evolucionista de plantão e chegado numa estripulia, sempre foi acometido de participar das mais absurdas situações. Sempre do lado das pequenas e inocentes transgressões.

Na escola, não era de “matar aula”, porém atrapalhava bastante a vida dos professores. Perguntas fora do contexto, jogando bolinha de papel na cabeça de algum caxião, escondendo material escolar de algum aluno, colando chicletes no cabelo de alguém,  fazendo barulhos indesejáveis e mais um punhado de travessuras…

Alguns professores tentavam conter o “estripuliante” convidando-o a sentar na primeira fila. Ledo engano… O danado ficava mais tempo olhando pra trás, mexendo com alguém ou remedando o professor, ou seja, só estripulias!

Às vezes, convidado a se retirar do recinto e passar uns apertos na sala da diretoria… nisso,  quase que imediatamente, arrumava um jeito de incomodar a tranquilidade do ambiente. Essas coisas nascem com você e vão até o sepultamento da pessoa.

Foi por essas e por outras que surgiu aquele famoso ditado popular, que diz: “Pau que nasce torto, morre torto! ” Bota torto nisso…

Geralmente, o cidadão que é acometido pela síndrome da travessura genética ou sujeito a cometer estripulias nos horários mais fora de hora e lugar, só faz amizades com pessoas consideradas pela sociedade como maus elementos.

Esses maus elementos, que foram objeto de crônica em tempos passados, são pessoas de família regular ou tradicional, com alto potencial incorporado de fazer sempre o contrário do convencional.

Na verdade, quem gosta de estripulias, recebe altas doses de serotonina, quando está prestes a participar de algum tipo de travessura. Essas travessuras podem ser assistidas ou ocultas. As estripulias assistidas ou com plateia são bastantes apreciadas pelo travesso e seus colegas maus elementos. Têm que ser muito bem elaboradas… Os erros podem ser fatais…

As estripulias ocultas ou secretas requerem muita experiência dessas pessoas, pois o resultado não pode ser divulgado imediatamente…  Quando descobrirem, o melhor é estar bem longe do local.

Nessas alturas, muita gente vai estar na sua captura.

As estripulias consideradas mais bem-feitas são aquelas que causam grande rebuliço, principalmente, entre garçons e organizadores de um evento qualquer.

Imagine-se em um coquetel chic, onde a pessoa mais esperada seja um político famoso e você o interrompe sem nenhuma cerimônia alugando-o, com mão no ombro, soprando blasfêmias no ouvinte do cidadão. Durante alguns minutos, com alguma história mirabolante, a galera boca livre fica perplexa ou hipnotizada, querendo saber quem é caboclo tão cheio de intimidade com a celebridade. Nessas alturas, o homenageado, sem saber se você é uma “raridade da mídia”, um blogueiro da hora e que ele não se lembra no momento.

No final, o simpático, tem que ser rápido, ágil e muito cara de pau, sumindo do recinto sem deixar rastros, pois seguranças estão sendo acionados pra sumir com a sua pessoa!

O problema da estripulia é que se o estimulante pra você, provavelmente, é muito inconveniente pro’s demais…

Nem toda estripulia tem que ser sinônimo de travessura ou inconveniências produzidas pelo indivíduo reincidente. A estripulia pode ser entendida de várias formas: apreciar um bom restaurante a “la carte”, sorver generosas doses de bebidas alcoólicas, viajar para lugares diversos, vestir-se bem, enxugar-se com toalhas felpudas, apreciar belas espécies femininas, cometer pequenas transgressões, ou seja, querer as coisas boas dessa vida o tempo todo!

Gostar de estripulias é viver numa linha tênue entre a mesmice do politicamente correto e a inusitada perspectiva do incorretamente anormal!

Distúrbios da percepção

O ser humano, enquanto pessoa, é formado por vários fatores, além dos anatômicos e biológicos, filosóficos e sexuais.

O que ninguém percebe, inclusive você e seus familiares, é que a grande maioria da nossa formação é composta por distúrbios de percepção. Uns com muitos distúrbios, o que pode ser até benéfico na composição da sua personalidade, ou pode ser muito ruim quando você se olha no espelho e vê que a sua indumentária traduz um comportamento totalmente distorcido da realidade…

Já os sem distúrbios ou com pouca percepção, não percebem que para morar numa cidade, viver na zona urbana, precisam se adequar às regras de convívio e de dividir irmãmente as áreas comuns de forma sensata.

Muitos desses munícipes fazem das áreas comuns (ruas, praças, prédios públicos, calçadas, cursos d’água, servidão pública, estacionamentos e outros) o que der “na telha” da pessoa. Desde ocupações descaradamente irregulares a avanços além dos alinhamentos térreos e aéreos.

Então vem você e diz, logicamente, virando de frente para mim: – Mas elevador dando para a rua é homofóbico???

Aí é que entra a percepção, e a grande maioria acha que ninguém vai perceber ou que se o Sebastião fez por que o portador de lavagem cerebral não poderá fazer?

Claro que todos estamos no mesmo barco, só que os furos do casco estão se multiplicando e quem está tirando a água é a minoria.

Somos terceiro mundo e iremos permanecer com esse estigma por muitos séculos, os nossos distúrbios perceptivos veem de cima para baixo e de baixo para cima diariamente, de manhã, de tarde e pela noite a dentro principalmente.

Os barulhos produzidos pelos futuros surdos em qualquer horário são distúrbios que se tornaram banais. O caboclo liga essa po&#rra pela rua sem nenhuma cerimônia. Não tem a percepção que naquele local pode morar um enfermo, um idoso, um recém-nascido ou uma creche.

O dito cidadão exemplar quer vender lotes sem urbanizar. A sociedade que recolhe o seu IPTU religiosamente em dia é obrigada a ver seu rico dinheirinho sendo encaminhado para o calçamento, para a infraestrutura do empreendimento alheio anexado com vários distúrbios perceptíveis ao restante da malha urbana.

Vá você dizer para o elemento, nocivo à coletividade, que o concreto não pode ser “virado” no meio da rua!

O caminhão de lixo não vai passar hoje na sua rua: – Oba! Além do lixo mal acondicionado vou aproveitar e jogar uns entulhos e uma poltrona velha na frente daquele lote sem cerca onde o mato está mais pra APP!!!

– Um lugar bão pra jogar lixo, cocô, xixi e outras merdas é no córrego que passa lá atrás de casa, né não?

Só que esse cidadão sai de casa todo arrumadinho, passa perfume (alguns usam aqueles desodorantes extremamente agressivos aos olfatos de qualquer ser humano que ainda respira), não peida dentro do elevador nem quando está sozinho e se acha muito civilizado. É só fachada, é só maquiagem. O distúrbio da percepção impede que essa figura se enquadre por si só e passe a agir de forma correta em todos os sentidos, inclusive dentro do seu eu.

Vai na passeata e exige melhorias. Participa de reuniões e quer sanções para quem fura fila. Vota no político que prometeu resolver esses problemas urbanos e depois cobra para resolver seu problema particular.

Muita gente com distúrbios perceptivos está mudando do Brasil. Estão mudando pra Portugal, principalmente. Por que? Por que lá as pessoas não fazem nada que seja prejudicial a outras pessoas e cobram das pessoas com distúrbios, pessoas boca aberta, pessoas nefastas ao convívio.

Estamos próximos das eleições presidenciais, e os nomes lançados para disputar o pleito são políticos com graves distúrbios de percepção, há muitos anos, ou seja: nós estamos phudidos!!!

Deputados começam a aparecer e só agem na surdina. Não vejo um encontro onde os vários deputados votados em alguma região se unirem em prol de um bem comum. Só percebo e isso é comum eles correndo atrás do bem!!!

Minha indignação para ficar só em uma é o descaso com as estradas da região. Veja a BR-267. Um traçado de 1965, de 53 anos passados, quando ninguém tinha automóvel. Caminhão então era raríssimo de ver, assim como pouquíssimos horários de ônibus…

Carretas bitrem com o comprimento de um lote padrão (30metros), ônibus em todos os horários, todo mundo com seu carro, motos para todo lado, motoristas aos montes com distúrbios gravíssimos de percepção e carteira obtida após cursos frágeis de preparação.

Meu voto para presidente está em estado terminal, porém para deputado federal e estadual, vai para quem apresentar melhorias, ANTES DA ELEIÇÕES, do tipo: trevos seguros e decentes, acostamentos asfaltados e terceira faixa nas subidas, na abandonada BR-267!!! Ou meus distúrbios  irão se abster de votar em quem quer que seja!
Nessa eleição tenha o mínimo de percepção!!!