‘Arrastados’, de Daniela Arbex, vence Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
Anúncio foi feita na última terça-feira, em cerimônia na internet
Por Tribuna de Minas
Daniela Arbex foi uma das vencedoras da 45ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Seu livro “Arrastados” foi contemplado na categoria livro-reportagem. A sessão pública que anunciou os vencedores aconteceu nessa terça-feira (10) e foi transmitida pela internet. A cerimônia de premiação vai acontecer no dia 24 de outubro, às 20h, em São Paulo. No mesmo dia, acontece, no teatro da Puc-São Paulo, uma roda de conversa com os ganhadores.
Esta foi a primeira vez que a jornalista e escritora venceu o prêmio. Anteriormente, ela já havia recebido menções honrosas por seus trabalhos na mesma premiação. A primeira foi em 2002, para uma série de reportagens intitulada “Cova 312: fim de um segredo de 35 anos”, para a Tribuna, que depois virou livro. A segunda menção honrosa veio em 2008, para o trabalho “Radiografia da educação mineira”, feito para o jornal “O Tempo”.
“O Vladimir Herzog é o maior prêmio do Brasil de direitos humanos. É um prêmio moral muito importante para quem é reconhecido com essa distinção”, comenta Daniela. “É a primeira vez que venço o prêmio e foi muito emocionante, principalmente com uma história tão necessária quanto a de ‘Arrastados’.”
Tragédia de Brumadinho retratada em ‘Arrastados’
O livro premiado, “Arrastados”, resgata a memória das vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho, em janeiro de 2019. Contando o que sucedeu nas 96 horas anteriores à tragédia, Daniela aponta que o livro mostra que as vidas perdidas importam e que o que aconteceu não será esquecido.
“É um trabalho importante para construir a memória coletiva do Brasil. ‘Arrastados’ dá voz para essas pessoas e impede que sejam apenas números. Ele mostra quem são, onde estavam, o que foi interrompido e também questiona como uma multinacional mantém uma barragem com a segurança comprometida funcionando”, aponta.
Nesta edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, 630 trabalhos foram inscritos.
Conheça todos os premiados:
Vídeo
“Vale dos isolados”, de Sônia Bridi e equipe, da TV Globo/Globoplay
Multimídia
“Ouro líquido”, de Rebeca Borges e equipe, do Metrópoles
Arte
“Belicismo e extemismo: a política de militarização do poder”, de Vítor Massao, do Insituto Update
Áudio
“Projeto Querino”, de Tiago Rogero e equipe, da Rádio Novelo
Texto
“A conversa rasa do Brasil”, de Gabriela Mayer, da Revista Piauí
Menção honrosa
“Os defensores não defendidos”, de Catarina Barbosa e Talita Bedinelli, da Samaúma
Fotografia
“Mutilados”, de Márcia Foletto, do Globo
Menção honrosa
“As vítimas da copa do mundo do Catar”, de Yan Boechat, da Band Jornalismo
Livro-reportagem
“Arrastados”, de Daniela Arbex, da Editora Intrínseca
Menção honrosa
“Poder camuflado – Os militares e a política, do fim da ditadura à aliança com Bolsonaro”, de Fabio Victor, da Companhia das Letras