Arranhão de cachorro, 13 agressores e pedradas: entenda como catador de recicláveis foi morto após suposto estupro de criança em Juiz de Fora

Pessoas não sabiam o que o homem tinha feito

Já de acordo com a delegada responsável pela Delegacia Especializada de Homicídios, Camila Miller, alguns dos envolvidos disseram não saber exatamente o que o homem havia supostamente feito com a criança.

A delegada alertou sobre os riscos da chamada ‘justiça com as próprias mãos’.

“É muito importante frisar que as forças de segurança vão atuar com todo seu afinco para evitar esse tipo de prática, que a gente tem visto acontecendo na cidade. Ao invés de procurar a polícia, acionam um suposto justiceiro do bairro para fazer justiça com as próprias mães. O Elvis sem motivo foi espancado por diversas pessoas e acabou falecendo”.

Família pede justiça

Aparecida Maria (prima), Maria Cecília (mãe) e Eduardo Sávio (irmão), respectivamente — Foto: TV Integração/Reprodução

Desde a morte de Elvis, a família defende que o rapaz era inocente. Em entrevista à TV Integração, Maria Cecília da Silva, mãe dele, define o crime como algo monstruoso.

“É muita crueldade, estava ajoelhado, sabe? Colocou as mãos para cima e dizia o tempo todo ‘não fui eu, senhora, não fui eu'”.

Eduardo Sávio, irmão da vítima, disse que Elvis era uma pessoa muito tranquila e brincalhona. “Isso que aconteceu foi uma brutalidade. Foi uma tortura, um crime hediondo, que não pode passar impune”, afirmou.

Aparecida Maria da Silva, prima de Elvis, disse estava indo para o pagode no momento em que foi abordado por um grupo. “Tanto é que ele estava com um pandeiro na mão. Era o que gostava de fazer. Adorava música, adorava dar gargalhada, se reunir com os amigos e beber”, disse.

Detalhes do crime

  • Elvis Cleiton, de 38 anos, foi espancado até a morte na noite do dia 10 de janeiro, no Bairro Santa Cecília, em Juiz de Fora.
  • Os agressores disseram à polícia que ele teria estuprado uma criança de 9 anos.
  • Elvis foi golpeado com uma barra de ferro, além de ser agredido com socos e pontapés.
  • Ele chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
  • No atestado de óbito, consta que a causa da morte foi tórax instável e politrauma.