Análise das Eleições 2018
Opiniões políticas à parte, a verdade é que a eleição 2018 demonstrou um esfacelamento de inúmeros partidos e meios de comunicação. Possuir tempo de televisão para realizar uma campanha política já não é necessidade fundamental. A internet se mostrou a principal ferramenta de disseminação de votos, assim como de calúnias, ódio e discursos mentirosos.
Com total isenção faço a minha avaliação com relação a este pleito eleitoral. Não faço parte de nenhuma agremiação política e ao iniciar a corrida rumo ao Palácio do Planalto, me despi de todo preconceito possível e busquei analisar o que cada candidato tinha a oferecer. Nesse processo, li alguns planos de governo e assisti a inúmeras entrevistas com presidenciáveis nos mais variados meios de comunicação, bem como de especialistas em cada área importante que merecia ser analisada, como por exemplo: a economia.
Inicialmente pensando ser um absurdo a possibilidade de voto no capitão, resolvi pesquisar além do que a grande massa já repetia e tentar formar a minha própria linha de pensamento e opinião a respeito. Descobri que rotularam Jair Bolsonaro assim como fizeram com Enéias Carneiro, talvez como uma única alternativa para encobrir a sujeita petista numa campanha comandada por um presidiário, onde um dos principais compromissos de campanha de seu fantoche era ir visitá-lo na sede da Polícia Federal para obter conselhos.
Afundar o país de vez se tornou talvez a meta da campanha do PT, de Ciro Gomes, Guilherme Boulos, Vera Lúcia e companhia limitada. Prometer medidas populistas num Estado em crise econômica é no mínimo pedir para o eleitor retirar o seu atestado de ingênuo. É votar primeiro no PT para conseguir comprar alguma coisa enquanto deixa a dívida crescer nos bancos e depois recorrer a Ciro para que este tire milagrosamente o seu nome do SPC. Ou fazer uma faculdade pelo FIES ajudando empresários custeados pelo governo e obter no fim do curso, além de um diploma muito merecido, a dura realidade de um mercado de trabalho acabado e tendo de arcar com a dívida imensa do financiamento dos estudos ganhando não mais que um salário mínimo, atuando na informalidade ou mesmo enfrentando períodos de desemprego.
Alckmin e Marina se perderam no caminho, e ao invés de mostrarem por que eles sim, se preocuparam em falar por que os outros não. Meirelles teve uma proposta limpa e com enfoque em sua experiência econômica. No entanto, obteve menos apoio popular inclusive do que Cabo Daciolo, que com uma boa dose de verdades ditas e um jeito peculiar de se expressar, conseguiu angariar alguns votos. Nessa corrida, Bolsonaro, Álvaro Dias e João Amoêdo tiveram as campanhas mais coerentes; sendo que sem sombra de dúvidas, Amoêdo se mostrou o candidato mais preparado para lidar com os atuais problemas do país. Apesar de não ter podido participar de nenhum debate televisivo e contado com um tempo de propaganda eleitoral que lhe permitia falar apenas o nome, conseguiu mostrar sua capacidade em inúmeras entrevistas que concedeu a diversos meios de comunicação, onde foi sabatinado sobre os mais variados temas e sempre se pautou pela coerência e objetividade nas respostas.
Diante de uma iminente ameaça dos ladrões vermelhos retornarem ao poder, Bolsonaro, que sempre liderou as pesquisas, canalizou toda a atenção dos demais eleitores avessos ao PT, já que o candidato do 12 nada mais é do que um aliado destes disfarçado de politicamente correto. É admirável que um candidato sem tempo de tv, sem um partido influente, sem dinheiro de campanha à altura dos demais, atacado por quase todos os concorrentes e hospitalizado por um mês, tenha alcançado tamanha expressividade na votação. Doa a quem doer, esta foi a verdadeira demonstração de democracia dessas eleições. O povo mostrou que votou em quem queria e não em quem a mídia tentou influenciar.
Minas Gerais deu um exemplo significativo para o país, ao literalmente expulsar Fernando Pimentel e Dilma Rousseff nas urnas. Essa foi a maior prova de que o partido dos trabalhadores já não exerce mais nenhum domínio sobre este solo liberto. No entanto, devemos nos atentar para o que ainda persiste no nordeste do país. Mais uma vez todo o Brasil foi influenciado pelo resultado adverso de uma única região. É sabido que o partido já mencionado algumas vezes neste artigo exerce uma predominância nesta região, no entanto, caso o resultado das urnas tenha de fato sido legítimo, vemos que uma única região afeta diretamente o destino de todo o resto.
Pode soar preconceituosa tal análise, mas vale a pena um minuto de reflexão, pois esse fato é recorrente nas eleições presidenciais. O nordeste é sabidamente uma região menos desenvolvida em relação às demais e mais sofrida pela falta de condições mínimas de subsistência, exceto nas áreas metropolitanas. Muitos de seu povo migram para regiões como o sudeste em busca de melhores oportunidades, no entanto, apesar de suas vidas não terem mudado em decorrência do lulismo até hoje, continuam votando nos mesmos nomes que lhes mantêm na pobreza há anos. É justo que todas as demais regiões do país sofram pelas escolhas equivocadas de uma única região, sendo que inclusive a importante contribuição das demais regiões no PIB nacional garantem a ainda relativa estabilidade em meio à crise em que vivemos, inclusive para o nordeste?
Num comparativo ao sistema adotado nos Estados Unidos, onde os estados mais populosos possuem maior representatividade nas eleições, sendo cada um designado pela quantidade de delegados que são efetivamente os que definem o resultado; o Brasil poderia adotar semelhante cultura ao estipular pesos diferentes na votação dos estados de acordo com a sua representatividade no Congresso Nacional, a qual já se baseia no quantitativo populacional. Com relação à confiabilidade das urnas, pudemos ver um imenso número de vídeos em colégios eleitorais com pessoas indignadas pela suposta adulteração no procedimento de votação. Policiais estiveram presentes em várias seções e registros em ata e boletins de ocorrência foram lavrados relatando tais acontecimentos. Por mais que o TSE tente dizer que tudo não passou de fake news, qualquer um de nós conhece alguma pessoa que também passou por semelhante situação no último dia 07. Sem contar que a obrigatoriedade do voto só serve para aumentar o índice de eleitores que mal sabem o número do seu candidato e acabam contribuindo para afundar o barco de vez.
Por fim, vamos de encontro a um segundo turno com o país literalmente dividido em dois. Esperamos que a tão falada democracia se faça presente e que o povo brasileiro faça jus ao seu hino nacional e não fuja à luta neste momento tão importante de nossa história. Qualquer escolha trará consequências, mas com certeza virar uma Venezuela é a pior delas; e essa não é apenas uma simples afirmação, é uma preocupante e iminente possibilidade já alertada por diversos especialistas e investidores do país.