A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
Dos “lares” para as ruas. A violência contra a mulher começa dentro de seus próprios “refúgios”. Tratar o mal que insiste em existir talvez não seja a medida mais eficaz, pois tudo começa numa determinada fonte, e essa fonte se chama educação infantil.
É difícil imaginar como homens tratados com tanto carinho por suas mães podem se voltar contra elas ou suas esposas, filhas ou mesmo desconhecidas, com brutalidade descabida. Difícil, mas é a realidade. A violência contra a mulher vai muito além de agressões físicas ou morais. Ultrapassa barreiras de costumes antigos e chega até mesmo nas letras musicais que comumente se referem a elas como objetos.
O que está errado na sociedade se este problema não é fato recente? O erro está nos desvios de valores que se repassam às crianças nas mais diversas casas do país, nas formas de entretenimento equivocadas, nos meios de vida machistas que vigoram até hoje, na forma errônea de encarar o outro como um reflexo distorcido de si.
Os números alarmantes de agressões, estupros, coações e todas as formas de repressão sofridas pelo público feminino, só demonstram o quanto estamos atrasados no que diz respeito ao conceito de sociedade. A forma de vida arraigada em costumes antigos não é mais parâmetro nos dias atuais. Devemos entender que apenas formando bons filhos hoje, teremos um futuro admirável amanhã.
Então a culpa de tudo pertence às gerações anteriores? Encontrar culpados não resolverá o problema. Temos todos que encarar a situação com a devida importância que ela tem e cuidar para que este mal não se alastre e venha a se acabar em breve. Um povo que cultiva educação e virtudes não tem do que se envergonhar no futuro.