Quem sou eu?
Quem sou eu?
Eu não sou nada
Sou a madrugada
Que não amanheceu
Um estranho jardim
Que flores não deu.
Uma rosa esquisita
Que não feneceu.
O Deus do ateu
Que deu no que deu.
O pirilampo
Que acende as lanternas
Nas noites eternas
Do nunca mais.
Sou milhões de estrelas
E apenas vê-las
Não me basta não.
Sou a grande saudade
Que me invade
Nas tardes quentes
De verão.
Sou o tédio da vida eterna
Que não passa não.
Sou o amor infinito
Que se cansou de amar.
Sou a louca paixão
Que está prestes
A esfriar.
Juras de amor eterno
Que se fez inferno
E não me curou
A grande ilusão
Que só me deixou
Caído no chão.
Não quero mais cair
Em igual tentação.
Eu não sou nada
Sou a madrugada
Que não amanheceu.
Um estranho jardim
Que flores não deu.
Uma rosa esquisita
Que não feneceu.
Danilo P. Araújo