Café moído dispara nos supermercados, mas bares e restaurantes seguram o preço do cafezinho

Inflação do café vendido no varejo supera 80%, enquanto o cafezinho fora de casa sobe 17% em 12 meses

O preço do café moído acumula alta de 82,24% nos últimos 12 meses, segundo dados do IPCA de maio de 2025. A variação é a maior entre os itens alimentícios monitorados pelo índice e reflete pressões como quebra de safra, aumento da demanda internacional e elevação dos custos logísticos.

Já o cafezinho servido fora de casa teve alta de 17,07% no mesmo período. Embora o índice seja superior à inflação geral (5,32%), ele representa apenas cerca de um quinto da variação registrada no café moído, principal insumo da bebida. Segundo o Datalab da Abrasel, o preço médio do cafezinho no Brasil é de R$ 6,25. Já o preço médio dos cafés elaborados (incluindo cappuccino, mocha, café com licor etc) é de R$ 17,91.

“O café é um dos produtos que mais subiu de preço nos últimos meses. Muitos empresários tentando segurar o preço ao consumidor final. Mas não tem sido uma tarefa fácil”, afirma a presidente da Abrasel Zona da Mara, Francele Galil.

Na comparação acumulada no ano, a diferença também é significativa: o café moído já subiu 42,10% entre janeiro e maio, enquanto o cafezinho teve alta de 9,75%. Os dados mostram que os bares e restaurantes têm absorvido parte importante da alta de custos, evitando repassar integralmente ao consumidor. Em maio, a inflação do café moído foi de 4,59%, enquanto o cafezinho subiu apenas 0,96%.
(Abrasel