Benefícios e malefícios trazidos pela inovação tecnológica

Para onde voltemos nossos olhos nos deparamos com novidades no mundo da tecnologia. Muitas dessas de grande utilidade para todos nós, enquanto outras nem tanto. Saber o limite da fronteira do bom com o prejudicial é importantíssimo para não cairmos nas jogadas de marketing do mundo moderno, em que analfabetos tecnológicos e zumbis virtuais travam um intenso confronto sobre a verdadeira relevância de tais mecanismos cada vez mais sofisticados. Difícil é não se encaixar dentro de nenhum desses dois grupos.

É notório que os avanços eletrônicos estão contribuindo muito para a vida coletiva na sociedade moderna. Porém, é sabido de todos também que tais avanços têm dificultado muito diversos momentos do nosso dia a dia. Dizer um oi para um amigo do outro lado do planeta se tornou mais simples do que ir até a padaria da esquina e comprar um pão francês. Mais simples até do que dizer um oi para alguém que more em sua própria casa, pois, em meio à correria de um dia “curtíssimo” de 24 horas, muitas pessoas se perdem entre curtidas, mensagens e bips constantes de um celular, que podem acabar tropeçando umas nas outras e se esquecerem de que fazem parte inclusive da mesma família.

Tá bom, radical demais, né? E o que dizer de pessoas que se sentam para comer e não largam os aparelhos sequer para levar os alimentos até a boca? Pior do que trocar um smartphone por um garfo e quebrar um dente, é imaginar como a vida pessoal e coletiva está sendo afetada por tantas novidades surgindo em ritmo super acelerado.

Até pouco tempo atrás era constantemente recomendado o uso moderado de aparelhos celulares em decorrência das ondas eletromagnéticas que transmitem. Quais os novos resultados de pesquisas sobre o tema? Existe realmente algum risco para a saúde ao passarmos longas horas do dia com o aparelho nas mãos, no bolso, no rosto? Infelizmente não temos qualquer novidade a respeito. As pessoas também não querem saber disso. É muito mais legal ficar por dentro do novo processador de um iphone com uma configuração estranha à 99,9% da população e que alavanca e muito, vendas e ego social. E se tais novidades veem acompanhadas de termos em inglês então, aí sim ganham credibilidade redobrada.

O que dizer então da febre das tv’s? Há poucos anos o mundo se revelava através de um tubo, até que surgiram as primeiras televisões de plasma com suas telas planas. Depois, foi a vez dos aparelhos de lcd, até que finalmente chegamos à era do led. Inventaram a resolução HD. Não satisfeitos, criaram a Full HD e mais recentemente a 4K. Ao vermos um aparelho ao lado do outro na loja de eletroeletrônicos, dificilmente conseguiremos identificar qual é qual sem que tenhamos a ajuda de um vendedor, tendo em vista a enorme semelhança de imagem entre ambos. Mas porquê as pessoas estão sempre mudando de aparelhos, então? Existem vários motivos. Entre eles: o fato de um ter milhões de pixels a mais – e muita gente nem sabe o que isso significa -, o fato de ser da moda ou simplesmente por ser mais moderno do que o do vizinho.

Ironias à parte, não podemos fechar os olhos para todos os benefícios que a efervescente transformação tecnológica está promovendo mundialmente. E isso não se refere apenas aos meios de comunicação e interações em redes sociais. Com mecanismos cada vez mais sofisticados, diversos sistemas estão se aprimorando a fim de oferecerem maior eficiência por um custo menos elevado. O setor aéreo é um belo exemplo deste cenário. Satélites de localização e pesquisa, exames cada vez mais sofisticados que auxiliam na descoberta e tratamento de diversas doenças, dispositivos que modificam a vida de pessoas deficientes e literalmente as devolvem para o efetivo convívio participativo, são alguns dos exemplos benéficos de tudo o que estamos presenciando.

Como tudo na vida tem o seu lado bom e ruim, com o tema em questão não poderia ser diferente. Além de tudo o que já foi citado acima, temos as mentes super inteligentes que utilizam seus talentos para fins escusos. Num momento em que o mundo se despede do papel e adota cada vez mais o HD, ficar à mercê de hackers que podem conhecer toda a sua vida num único click, com certeza é muito perigoso e assustador.

Independente de qual seja a opinião sobre o tema, o importante é a consciência sobre a devida utilização dos recursos ofertados pelo mercado. O ditado pode ser antigo, mas devido à sua incrível verdade, se tornou insubstituível: “a diferença do remédio para o veneno é a dose”. Todo bem usado de forma consciente é benéfico. Vícios, consumismo exagerado ou qualquer outra forma de suprir carências internas por meio da eletrônica, é como em outros meios degradantes – álcool e drogas -, um terrível recurso em busca de um bem, o qual esconde um labirinto escuro de se ver e difícil demais de se encontrar e conseguir a liberdade, mesmo que ela já pareça conquistada.