Recordar é Viver / As estadas do craque Garrincha em Bicas
Garrincha em Bicas pela primeira vez
Em Março de 1962, O MUNICÍPIO publicava:
Vida Esportiva: GARRINCHA, campeão do mundo, visitou nossa cidade.
“Na tarde de domingo, 18 de março, o SPORT CLÜB BIQÜENSE mais uma vez brindou o povo de nossa terra com uma sensacional partida de futebol, na qual seu quadro principal preliou com o esquadrão do ESSO-CAXIAS, da cidade de Caxias/RJ, reforçada pelo atacante GARRINCHA, campeão pelo BOTAFOGO do Rio de Janeiro no recente Torneio Rio-São Paulo e um dos mais destacados componentes da Seleção Brasileira de Futebol, campeã do mundo, em cujas fileiras continua com sua posição garantida, pois já se encontra na concentração para a Copa de 1962.
O quadro local, onde Nevito e o arqueiro Quinista foram apontados como os melhores, por vezes chegou a equilibrar a partida, mas não agüentou seu antagonista e foi derrotado por 5 X 2, tendo GARRINCHA consignado 3 tentos de belíssima feitura. O árbitro, com excelente atuação, foi José Vieira.
GARRINCHA teve uma ótima recepção dos nossos desportistas, confessando-se levar a melhor impressão da nossa gente e a simpatia e admiração por nossa terra.
Aos dirigentes do Biquense e ao responsável pela vinda de Garrincha, nosso conterrâneo ANTÔNIO CARLOS (LITA) BARRETO FILHO, residente em Caxias/RJ, nossos parabéns pelo magnífico embate-amistoso de domingo último. (ODACHAM)”
O FOTO ADELSON DOCUMENTOU:
OBS: Vale ressaltar que Garrincha veio para Bicas no sábado, dia 17 de março, logo após conquistar o título do Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã, quando o Botafogo derrotou o Palmeiras por 3 tentos a 1.
O jogo em que atuou pelo time da ESSO contra o Sport Club Biquense foi sua última partida antes de se apresentar para a Seleção Brasileira, na qual foi decisivo na conquista do Bi- Campeonato Mundial de Futebol pelo Brasil, no Chile.
Garrincha em Bicas pela segunda vez
Vinte anos depois (1982), voltou à cidade para desfilar na Real Biquense (com a camisa campeã em 1962), onde recebeu uma de suas últimas homenagens em vida. José Cúgola, Filhinho Alhadas e Didito eram os presidentes da escola.
No Carnaval de 1982, Zé Arnaldo deu nota no jornal O Município:
“Dizem que, no Rio de Janeiro, Garrincha desfilou sentado e dopado. Aqui, ele desfilou em pé com toda a vivacidade e alegria”, disse o diretor da Real, Paulo Nunes.
A pedido da mulher do craque, difícil foi impedi-lo de beber, principalmente para a d. Neuza Arruda, que o hospedou. Enquanto estava sob os olhares dela, ele não bebeu, mas…
No final da reportagem, os diretores da Real Biquense José Cúgola, Paulo Nunes, Tião e Edemir
Cremonize cantaram um pedaço do samba da época que, por coincidência, é meu e do Salim.
Garrincha pra lá, Garrincha pra cá
Vai e vem Rei Pelé, dá olé, dá olá
A Copa do Mundo, contagiante sorriso do futebol
E a Real… E a Real…
A deliciosa do meu carnaval…
No mais, eu vi, em 82…
Quando o Mané pintou, parou no Bar do Edir e já foi logo destampando uma cerva… Almoçamos juntos na casa do botafoguense Pedro Machado, e lá, também, tomou… Quem foi ao Rio de Janeiro buscá-lo, em Bangu, foi o Anderson Sarto e o Robinho Amorim… Quem facilitou a vinda do craque foi o jornalista de O Globo, Antônio Roberto Arruda…”