Estação POSTO TELEGRÁFICO DE TELHAS – Localizada na serra entre Bicas e Rochedo de Minas
Segunda-feira, 9 de maio de 2011
Matéria atualizada em 05 de março de 2021
Estive no local em: 09 de outubro de 2009 e em 23 de dezembro de 2012
Situação Atual – Trecho declarado erradicado e sem trilhos
HISTÓRICO
O Posto Telegráfico de Telhas foi inaugurado já pela Leopoldina após a aquisição da linha em 1884.
Algumas estações eram construídas em locais onde não existia nada, como no caso de Telhas. Tratava-se de uma exigência técnica, já que para vencer a serra de Telhas e chegar a Bicas era necessário o abastecimento da locomotiva, especialmente com água, aproveitando para recuperar a pressão de vapor. Assim, enquanto o trem estava parado, o foguista ocupava o tempo recuperando a pressão.
Muitas vezes paradas como estas também eram usadas para cruzamento de trens.
A ESTAÇÃO E A CASA DO CHEFE DA ESTAÇÃO
Pouco se sabia sobre o Posto Telegráfico de Telhas, Estação localizada na descida da serra de Bicas para Rochedo de Minas.
Após muitas conversas com ferroviários aposentados buscando alguma foto ou referência da estação, decidi refazer o percurso pelo antigo leito da ferrovia e aí veio a recompensa: num belíssimo cenário no meio da serra, encontrei um prédio – a Casa do Chefe da Estação – com parte de suas características ainda preservada, em especial sua fachada. Com autorização do atual proprietário, procurei nas imediações, já que próximo à casa de turma existe uma bela nascente que, graças à grande pressão de saída de água foi transformada num belo chafariz.
Era esta nascente que enchia a caixa d’água que abastecia as locomotivas a vapor. E ali bem próximo, finalmente encontrei as ruínas do Posto Telegráfico de Telhas, vendo-se o alicerce da estação e principalmente sua plataforma. A destacar que todo o leito da ferrovia nas imediações da estação está preservado, onde ainda podemos encontrar britas e bueiros, logicamente sem os trilhos. A destacar também a inclinação do leito apresentando uma forte subida em direção a Bicas.
HISTÓRIAS
Para ilustrar um pouco do romantismo da história da ferrovia, trago a história de Nair Rosa de Souza, viúva de Hélio Alves de Souza. Ele nos bons tempos da EFL foi Agente de Estação em Telhas, tendo trabalhado também em diversas estações na Zona da Mata mineira.
Ela e as demais mulheres que moravam nas imediações da Estação tinham por hábito fazer bolos, café e doces para vender aos passageiros dos trens que ali paravam para abastecer as caldeiras das locomotivas com água.
Dona Nair e o Sr. Hélio se conheceram na Estação de Telhas, casaram-se e constituíram uma grande e bela família, que a cada transferência dele para uma nova estação seguiam todos com ele em nova mudança. Dona Nair e suas filhas moram hoje em Bicas.
Além do posto telegráfico de Telhas, Sr. Hélio trabalhou também nas estações de Tocantins, Diamante de Ubá e Cataguases, além de Campos, no estado do RJ.
Veja fotos e mais detalhes, clicando AQUI.
Saiba mais sobre o Posto Telegráfico de Telhas visitando os link’s abaixo:
http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/estrutura-de-uma-pequena-ponte.html
http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/arqueologos-ferroviarios-no-posto.html
http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/o-trem-pode-voltar-os-sonhos-sao.html