Alma de passarinho
Com uma atividade intensa no intuito de ajudar a sociedade e, principalmente, as moças e senhoras de sua época, Dona Beatriz, quando solteira, dava aulas no Ginásio Francisco Peres de educação artística, preparou muitas noivas para o casamento, ensinou trabalhos manuais e canto orfeônico.
Quando se casou, priorizou a família na educação dos filhos, mas não abriu mão do coral da igreja… Aos domingos, invariavelmente, saía de sua casa e era aquela via sacra até a Igreja Matriz.
Por ser uma pessoa muito querida, ganhava beijos, abraços e sorrisos que não acabavam mais. Com sua elegância discreta e sempre com um terço na mão, ia indo, até finalmente chegar.
Nesse momento, o padre soltava suspiros de alívio, pois sabia que teria mais uma missa com o acompanhamento impecável do órgão da mestra. Esse trabalho voluntário deu a Dona Beatriz respeito e consideração por todos os biquenses que tiveram o prazer de conviver com essa pessoa de espírito leve.
Nessa época, os valores eram disseminados não só pela família, mas também por homens e mulheres voluntários, tanto nas religiões, como em outras instituições que tinham preocupações com a sociedade. Ela sabia fazer isso muito bem… Bicas cândida.